O presidente da Rússia, Vladimir Putin, revogou nesta quarta-feira (22) um decreto de 2012 que, em partes, apoiava a soberania da Moldávia no âmbito das políticas sobre o futuro da Transnístria, área separatista pró-Moscou, informou o jornal britânico “The Guardian”.
Segundo nota publicada pelo Kremlin, a decisão foi tomada “para garantir os interesses russos em relação às mudanças nas relações internacionais”.
A Moldávia vem, há anos, tendo governos mais pró-União Europeia, com a nação se tornando um dos candidatos a entrar no bloco. No entanto, os russos mantêm suas tropas e armamentos no território da Transnístria, onde a população local quer sua anexação ao território comandado por Vladimir Putin.
O presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, chegou a dizer na última semana que sua Inteligência identificou um plano de ataque ao país vizinho. Por sua vez, o ministro das Relações Exteriores da Rússia, Sergei Lavrov, fez acusações públicas contra o governo moldavo por conta de sua postura na guerra da Ucrânia e pró-Ocidente.
A ex-república soviética tem uma postura neutra nas relações entre Rússia e países ocidentais que, inclusive, consta em sua Constituição. No entanto, desde o início da invasão na Ucrânia, o governo declarou solidariedade ao país vizinho e vem acolhendo os refugiados.
Por isso, o governo russo limitou o fornecimento de gás natural, fazendo com que a inflação disparasse em mais de 30%, além de vários cortes na energia. No último dia 10, a primeira-ministra Natalia Gavrilita anunciou sua renúncia por conta das “múltiplas crises” criadas pela invasão da Rússia na Ucrânia.