A Floresta Amazônica registrou em 2022 seu maior índice de desmatamento em 15 anos. Os dados foram divulgados nesta semana pelo Imazon (Instituto do Homem e Meio Ambiente da Amazônia).
Segundo a instituição, a destruição de cobertura vegetal no bioma totalizou 10.573 quilômetros quadrados no ano passado, o equivalente a quase 3 mil campos de futebol por dia.
Essa é a maior taxa de desmatamento desde 2008, quando o Imazon começou a monitorar a região. “Esperamos que esse tenha sido o último recorde de desmatamento reportado pelo nosso sistema de monitoramento por satélites, já que o novo governo tem prometido dar prioridade à proteção”, disse Bianca Santos, pesquisadora do instituto.
Considerando os quatro anos de governo de Jair Bolsonaro, o desmatamento totaliza 35.193 quilômetros quadrados, área superior às dos estados de Sergipe (21 mil km²) ou Alagoas (27 mil km²). Isso representa um aumento de quase 150% em relação aos quatro anos anteriores.
Apenas em dezembro passado, a região perdeu 287 quilômetros quadrados de floresta, um aumento de 105% na comparação com igual período de 2021.
O desmatamento da floresta está reduzindo as chuvas mais do que o previsto, aponta um novo estudo internacional que foi publicado no “Global Change Biology”. Segundo a pesquisa, a destruição da mata pode levar a uma queda de 55% a 70% da precipitação anual.