A Polícia Civil prendeu no domingo (15) um homem tido como o foragido número um do Estado. No momento da captura, Fernando Luiz Doval Junior estava em um restaurante de alto padrão localizado em uma praia da Barra da Tijuca, no Rio de Janeiro.
A chamada “Operação Blindspot” ocorreu através da 3ª DIN, Delegacia de Investigação do Narcotráfico, do Denarc. Após a detenção, o preso foi conduzido de volta ao Rio Grande do Sul em um avião da Polícia Civil.
Segundo a Polícia Civil, ele começou no mundo do crime há pouco mais de uma década, praticando estelionatos e se aproximando de grandes lideranças em razão de vínculos de parentesco.
Devido a seu conhecimento e articulação, sua ascensão no mundo do crime foi rápida. Ele passou a operar também outros crimes patrimoniais e atuar na lavagem de dinheiro por meio da utilização de pedras preciosas.
Por ser piloto de corrida automobilística e de aeronaves, ingressou no esquema de tráfico internacional de drogas, principalmente no transporte de cocaína de países produtores, como Peru e Bolívia, ao estado do Rio Grande do Sul.
Investigações
As investigações do grupo o qual o indivíduo chefiava é investigado desde 2021. Em uma primeira investida, seis pessoas foram presas à época por suspeita de fazer parte de uma quadrilha que trazia drogas do Paraguai para o Rio Grande do Sul.
Mais tarde, já em abril de 2022, houve uma grande investida da Polícia Civil contra a quadrilha. Ao todo, 58 pessoas foram presas em um somatório de 1,3 mil ordens judiciais. Também foi apreendido mais de R$ 50 milhões em dinheiro e bens.
O tráfico atingiu proporções ainda maiores. Segundo a Polícia Civil, havia conexão do grupo comandado com o cartel mexicano de Sinaloa. Um contato dele transportava cocaína pela América do Sul e Central usando um submarino.
Fuga e buscas da Interpol
Ele chegou a ser preso em uma operação em 2021, mas foi solto no ano seguinte após obter uma ordem judicial de soltura. Ele acabou fugindo do País e se instalou nos Estados Unidos, onde seguia comandando o grupo criminoso.
Nos Estados Unidos, se associou a uma americano e passou, segundo a Polícia Civil, a lavar dinheiro através de uma empresa de aluguel de veículos. Desde então, o detido foi incluído na lista vermelha da Interpol, o que permitia que fosse preso fora das fronteiras brasileiras.