Essa é uma crônica para se escrever com a alegria de ser brasileiro. Nosso povo, que há tempos tem passado por tantas mazelas, por vezes foi levado a duvidar de sua própria identidade. Recentemente perdemos Gal, Erasmo e Boldrin. Na pandemia foram tantos outros que nos deixaram.
A Copa do Mundo é uma ótima oportunidade de relembrar um traço tão marcante do que somos. Nosso futebol, de dribles envolventes e toques encantadores, que é reverenciado pelo mundo todo, diz muito sobre nós. Somos únicos.
E a escalação de Tite hoje, tão esperada, mas que ao mesmo tempo gerou um temor daqueles mais tementes a um futebol digamos mais “conservador”, refletiu isso. O treinador brasileiro foi a campo cinco jogadores de característica ofensiva, sustentados por uma zaga forte, todos guarnecidos pelo grandioso Casemiro.
A edição deste ano de uma das competições mais vistas do mundo, ainda estava devagar. Parecia que faltava algo. E era o Brasil, com sua história, com seu povo. Que sobrevive diariamente às tentativas de sabotagem que sofre. E que, independente do restante do torneio, manda um recado para 2023.
Ressurgimos, com nosso futebol, com nossa arte, com nossa alegria e nossa esperança. É Copa do Mundo. É Brasil. Desfrutemos todos. Mas sem deixarmos de lembrar das boas e velhas cautela e prudência.
O jogo
Assim como tem sido em todas as estreias nessa Copa do Mundo, os primeiros minutos de todas as equipes são de estudo e de alívio da tensão. Brasil e Sérvia se digladiaram por cada palmo do gramado. A equipe brasileira tinha dificuldades para encontrar espaços.
Neymar era bem marcado. O Brasil procurava encontrar passes na defesa da Sérvia, que se fechava com uma sólida linha de cinco na defesa. A solução às vezes era acionar Vini jr e Raphinha pelos lados.
Foi em uma dessas que, no primeiro tempo, a melhor chance do jogo foi do Brasil com Raphinha. Paquetá deu um toque de sinuca para o ponta direita, ele dominou, mas chutou fraco para fácil defesa do alto Vanja Milinkovic-Savic.
Com a resistência da Sérvia, o clima era de tensão, ainda que a apresentação do Brasil fosse boa. O jogo foi para o segundo tempo com a torcida brasileira na expectativa.
Segundo tempo
O Brasil voltou mais solto na etapa final, e, aos poucos, os gols foram sendo construídos. A equipe brasileira trocava passes com mais facilidade e os espaços foram aparecendo.
No primeiro minuto, Raphinha já havia roubado uma bola da defesa, entrado de cara com o goleiro, mas perdido a chance. Até que o placar saiu o zero aos 16. Daquele que seria o artífice da noite: Richarlison.
Neymar dominou na entrada da área, atraiu os marcadores até que a bola chegou para Vini Jr, que chutou de primeira. Vanja rebateu nos pés do camisa 9 brasileiro, que colocou nas redes.
O gol trouxe mais calma ao Brasil. E o segundo gol veio aos 27, de novo com Richarlison. E foi um golaço. De novo Vini Jr pela esquerda. Ele recebeu e cruzou para o “Pombo”. Ele dominou e a bola subiu. A solução foi mandar uma “puxeta”, que estufou as redes de Vanja.
Depois, com o resultado encaminhado, Tite promoveu uma série de substituições. A preocupação ficou por conta de Neymar, que foi substituído aos 34, por Antony. Neymar sentiu dores no tornozelo direito e precisou de atendimento médico.
Situação e próximo jogo
O Brasil é líder do Grupo G pelo saldo de gols, pois a Suiça venceu Camarões por 1 a 0. O próximo jogo da Seleção é justamente contra os suiços, na próxima segunda-feira (28). A partida será realizada no Estádio 974, às 13h.
Escalações
Brasil
Alisson; Danilo, Marquinhos, Thiago Silva e Alex Sandro; Casemiro e Lucas Paquetá (Fred); Raphinha (Martinelli), Richarlison (Gabriel Jesus), Neymar (Antony) e Vini Jr. (Rodrygo) –4-2-3-1– Técnico: Tite
Sérvia
Milinkovic-Savic; Pavlovic, Milenkovic e Veljkovic; Gudelj (Ilic), Zivkovic (Radonjic), Lukic e Mladenovic (Vlahovic); Sergej Milinkovic-Savic, Tadic e Mitrovic (Maksimovic) –5-4-1– Técnico: Dragan Stojkovic
Arbitragem
Árbitro: Alireza Faghani (Irã)
Auxiliar: Mohammadreza Mansouri (Irã)
Auxiliar: Mohammadreza Abolfazli (Irã)
VAR: Abdulla Al-Marri (Catar)
Cartões amarelos
Sérvia: Pavlovic, Gudelj e Lukic.