Entre projetos de 36 países que concorreram na grande final do Prêmio Jovem da Água de Estocolmo, a pesquisa que desenvolveu absorventes higiênicos de baixo custo e ambientalmente sustentáveis do Campus Osório do IFRS (Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Rio Grande do Sul) recebeu o Prêmio de Excelência.
A conquista foi anunciada nesta terça-feira (30), no evento realizado na Suécia, e equivale ao segundo lugar do Prêmio Jovem da Água de Estocolmo.
O trabalho é das estudantes de ensino médio Laura Drebes e Camily Pereira, orientado pela professora Flavia Twardowski e intitulado “SustainPads: Absorventes Sustentáveis e acessíveis a partir de subprodutos industriais”.
Elas foram as únicas representantes do Brasil no evento. Ao anunciar o Prêmio de Excelência, as apresentadoras da cerimônia destacaram que o projeto contribui para a dignidade humana e para o desenvolvimento sustentável e que as estudantes demonstraram paixão, empatia e habilidade para pensar fora da caixa. Um certificado foi entregue às meninas pela princesa Vitória da Suécia, que é a patrona do prêmio.
Emocionadas, Laura e Camily discursaram, em inglês, o quanto estão felizes por representar o seu país e agradeceram a todos que contribuíram para que o projeto e a participação delas no evento fosse possível.
“Estou sem palavras para expressar meus sentimentos neste momento, muito feliz por contribuir para a ciência mundial”, ressaltou Laura. Camily acrescentou o quanto o projeto mudou a sua vida e o modo como ela vê o mundo.
O SustainPads
As jovens desenvolveram absorventes higiênicos mais baratos e ambientalmente sustentáveis, em comparação com os produtos encontrados no mercado, de algodão e plástico.
O baixo custo dos absorventes, que é de R$ 0,02 em média, contribui para reduzir o problema da falta de acesso a produtos adequados para o cuidado da higiene menstrual.
Os materiais absorventes foram produzidos a partir das fibras da palmeira juçara e do pseudocaule da bananeira (subprodutos industriais da região do litoral norte).
Do resíduos da indústria nutracêutica (de cápsulas de medicamentos), as estudantes criaram um biofilme que envolve a parte interna do absorvente e é colocado dentro de suportes feitos com sobras de tecido.