Dormir é uma necessidade fisiológica, fundamental para o bom funcionamento do organismo.
Pesquisa recente da Mayo Clinic, nos Estados Unidos (publicada no Journal of the American College of Cardiology), mostrou que a falta de sono adequado pode causar acúmulo de gorduras abdominal e visceral, podendo desencadear doenças cardiovasculares e metabólicas.
Além disso, o sono está diretamente relacionado à saúde mental, como explica o psicólogo Filipe Colombini.
“Dormir pouco afeta a capacidade de atenção, concentração e autocontrole e isso pode aumentar a ocorrência de comportamentos impulsivos e agressivos”, diz o especialista. “A privação do sono pode também estar relacionada a maior tristeza e irritabilidade”, completa.
Segundo Colombini, a insônia é um sintoma comum em pacientes com transtornos de ansiedade e depressão, esquizofrenia e transtorno bipolar do humor, entre outras dificuldades.
Como recomendação geral, são necessárias de 7 a 8 horas de sono sem interrupções por dia para adultos.
Hábitos
“É importante construir uma rotina de sono, ou seja, a pessoa deve se preparar para dormir; além de avaliar caso a caso a história e as demandas em relação ao sono”, afirma Colombini.
“Ter uma alimentação mais leve pelo menos duas horas antes de deitar e evitar o consumo de bebidas estimulantes como café e refrigerantes são medidas importantes para facilitar o relaxamento e o sono”, ressalta.
Os hábitos relaxantes são essenciais. “Banho, leitura, meditação e práticas de mindfulness são bons aliados”, diz o especialista.
“Além disso, investir em um ambiente propício ao sono, aconchegante e acolhedor, com uma cama confortável e um quarto escuro e silencioso fazem toda a diferença”, completa.
Se, mesmo com estas ações os problemas para dormir forem persistentes, é sugerido procurar ajuda psicológica e colocar em prática pontos importantes da higiene do sono, que tem como objetivo mudar padrões nocivos do sono.
“O tratamento é individualizado e a terapia funciona como um importante alicerce no processo de mudança de hábitos e comportamentos da rotina do paciente e da família como um todo”, diz Colombini.