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Shinzo Abe, ex-premiê do Japão, morre após ser baleado durante campanha eleitoral

Ele foi atingido pelas costas enquanto discursava em um evento político na cidade de Nara e morreu por hemorragia interna.

O ex-primeiro-ministro do Japão Shinzo Abe, de 67 anos, morreu após ter sido baleado durante um comício nesta sexta-feira (8). Os médicos ainda tentaram reanimá-lo durante quatro horas, porém a morte foi confirmada pelo hospital aonde o ex-premiê havia sido internado.

Abe foi atingido pelas costas enquanto discursava em um evento político na cidade de Nara e sofreu uma significativa hemorragia interna. Levado imediatamente a um hospital, o ex-primeiro-ministro ainda passou por transfusões de sangue, mas não resistiu.

O comício era em apoio a um candidato do Partido Liberal-Democrata nas eleições para a Câmara dos Conselheiros, a câmara alta do Parlamento do Japão, que acontecem no próximo domingo (10).

Um homem, Tetsuya Yamagami, de 41 anos, foi preso no local do atentado. O agressor é um ex-militar das Forças de Autodefesa do Japão e atirou no ex-primeiro-ministro por estar “insatisfeito” com sua conduta política. Ele teria usado uma arma artesanal no ataque.

Shinzo Abe foi o premiê mais longevo na história do Japão e governou o país em duas ocasiões: primeiro entre setembro de 2006 e setembro de 2007 e depois entre dezembro de 2012 e setembro de 2020, quando renunciou repentinamente por motivos de saúde.

Na época, o líder conservador sofria de colite ulcerosa, doença crônica que causa inflamação no cólon e no reto.

Precedentes

Ainda que as leis sobre posse e porte de armas no Japão sejam rígidas, ataques contra líderes políticos não são raros na história do país.

Em 1992, um extremista de direita disparou contra o então vice-presidente do Partido Democrático, Shin Kanemaru, mas sem conseguir matá-lo.

Dois anos depois, o então premiê Morihiro Hosokawa foi alvo de tiros em um hotel de Tóquio, porém também conseguiu escapar. Já em 2007, o prefeito de Nagasaki, Iccho Itoh, foi assassinado por um membro da yakuza, a máfia japonesa.

Para comprar armas de fogo no Japão, é necessário passar por rigorosos exames, e as opções disponíveis são limitadas. Segundo a Organização para a Cooperação e o Desenvolvimento Econômico (OCDE), o país asiático tem uma taxa de 0,2 homicídio por cada 100 mil habitantes, contra 6/100 mil dos Estados Unidos.