O clima quente tem sido prejudicial à viticultura nesta safra. De um modo geral, estima-se uma queda de 50% da produção inicialmente prevista. De acordo com a Emater, não houve frio suficiente no inverno para a hibernação, que causou uma brotação desuniforme. Outro problema foi o excesso de chuvas por longos períodos e que impediu o produtor de realizar os tratamentos fitossanitários, causando prejuízos aos parreirais, especialmente naqueles localizados nos vales do Caí e Taquari.
Em Dois Lajeados, município com a maior área de cultivo e a maior produção de uvas do Vale do Taquari, os preços estão acima do preço mínimo da uva e o pagamento está sendo feito à vista por parte de algumas agroindústrias. Para uvas americanas tintas, como Bordô e Couderc, os produtores estão recebendo até R$ 1,50/kg.
Para a uva Concord, popularmente conhecida como Francesa, os produtores recebem em média R$ 1,00/kg. A graduação mínima de 15º Babo não está sendo levada em conta pelas agroindústrias, já que a maior parte da uva colhida está bem abaixo desse parâmetro.
Em Vale Real, maior produtor de uvas do Vale do Caí, o mercado encontra-se aquecido e os preços em alta, devido à demanda pelo produto e à baixa produção. A colheita está adiantada e atinge 50% da safra. As produtividades variam de 3.000 kg/ha a 10.000 kg/ha. De acordo com técnicos da Emater, os parreirais podados mais cedo apresentam uma melhor produtividade.
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Outras culturas
As adversidades climáticas ocorridas nos períodos de inverno e primavera também prejudicaram a cultura do pêssego. Na região serrana, está acelerada a colheita da variedade Eragil, fruta com características bem marcantes, como o calibre avantajado, a polpa amarela, formato com bico grande e carroço solto. Mesmo as variedades mais tardias foram severamente afetadas pelo efeito do clima, com redução da produtividade, considerável número de frutas malformadas, sabor e coloração deficientes.
No município de Terra de Areia, a cultura está em pleno desenvolvimento, com 48% das frutas já colhidas. Atualmente, cerca de 340 ha são cultivados com abacaxi no município, envolvendo em torno de 110 famílias. A produtividade esperada é de 21 toneladas por hectare. Os preços estão estáveis, em média R$ 1,60/fruto na lavoura.
A semana foi estável para a piscicultura na região de Erechim. Os tanques estão com alta taxa de renovação de água e as altas temperaturas favoreceram o crescimento dos peixes. Para os agricultores da região do Alto Uruguai, a piscicultura é uma atividade complementar nas propriedades rurais. Algumas iniciativas com produção mais intensiva começam a surgir em alguns municípios, o que tem tornado a atividade mais profissional e produtiva. Segue o povoamento dos tanques com espécies de carpas, traíras e tilápias. Há falta de oferta de peixe no mercado consumidor.
Já na Lagoa Mirim, a pesca artesanal está em período de defeso até o dia 1° de fevereiro, período em que a pesca é proibida para a reprodução das espécies locais e durante o qual o pescador recebe o seguro defeso. Esta bacia abrange principalmente os municípios de Rio Grande, Arroio Grande, Jaguarão, Santa Vitória do Palmar e Chuí, no que se refere à pesca artesanal. Assim, alguns pescados estão sem cotação.