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ONU pede trégua "imediata" para evacuar civis de Mariupol

No momento, os planos de evacuação de civis não incluem a retirada dos ucranianos presos dentro da siderúrgica Azovstal.

A ONU (Organização das Nações Unidas) pediu neste domingo (24) uma trégua “imediata” em Mariupol para evacuar os civis que ainda estão na cidade ucraniana, quase totalmente controlada pelas tropas russas.

“É preciso fazer uma pausa imediata nos combates para salvar vidas. Quanto mais esperarmos, mais vidas estarão em risco. Eles devem ser autorizados a sair agora, hoje. Amanhã será tarde demais”, afirmou o coordenador da ONU na Ucrânia, Amin Awad, em comunicado.

Segundo a ONU, “as vidas de dezenas de milhares de pessoas, incluindo mulheres, crianças e idosos, estão em jogo em Mariupol”.

O pedido é feito no dia em que a vice-primeira-ministra de Kiev, Iryna Vereschuk, afirmou que os corredores humanitários que as autoridades ucranianas tentavam organizar a partir de Mariupol falharam novamente.

Apesar disso, outra tentativa será feita amanhã. No momento, os planos de evacuação de civis não incluem a retirada dos ucranianos presos dentro da siderúrgica Azovstal.

Nesta segunda (25), o secretário-geral da ONU, António Guterres, irá à Turquia – principal mediador do conflito na Ucrânia – antes de seguir para Moscou e Kiev. “O secretário-geral viajará para Ancara, na Turquia, onde, no dia 25 de abril, será recebido pelo presidente Recep Tayyip Erdogan”, diz um comunicado da ONU.

Guterres visitará Moscou na terça (26) e depois seguirá para Kiev para tentar negociar o fim da invasão russa, que já matou milhares e deslocou mais de 10 milhões de ucranianos desde 24 de fevereiro. Os combates intensos continuam no leste do país e dezenas de civis e soldados ucranianos permanecem presos no porto sitiado de Mariupol.

Ontem, o presidente da Ucrânia, Volodymyr Zelensky criticou a decisão do diplomata português de ir primeiro a Moscou e só depois a Kyiv, dizendo que “não havia justiça e lógica nessa ordem”.

“A guerra está na Ucrânia, não há cadáveres nas ruas de Moscou. Seria lógico ir primeiro à Ucrânia para ver as pessoas de lá e as consequências da ocupação”, acrescentou.

A Turquia, por sua vez, procurou mediar o fim do conflito realizando reuniões entre negociadores russos e ucranianos em Istambul e outra entre os ministros das Relações Exteriores dos dois países em Antália.