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Inflação é a maior para o mês de março desde a criação do Real, em 1994

No ano, o índice oficial de inflação, acumula alta de 3,20% e, nos últimos 12 meses, de 11,30%

Porto Alegre, RS 15.out.2018 | Foto: Luciano Lanes/PMPA

O IPCA (Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo) de março teve alta de 1,62%, conforme dados do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística). Em fevereiro, a inflação era de 1,01%. Essa é a maior variação para um mês de março desde 1994, quando o índice foi de 42,75%, no período que antecedeu a implementação do Real.

No ano, o IPCA acumula alta de 3,20% e, nos últimos 12 meses, de 11,30%, acima dos 10,54% observados nos 12 meses imediatamente anteriores. Em março de 2021, a variação mensal foi 0,93%.

Para o cálculo do índice do mês, foram comparados os preços coletados entre 26 de fevereiro e 30 de março de 2022 (referência) com os preços vigentes entre 29 de janeiro e 25 de fevereiro de 2022 (base).

O IPCA é calculado pelo IBGE desde 1980, se refere às famílias com rendimento monetário de 01 a 40 salários mínimos, qualquer que seja a fonte, e abrange dez regiões metropolitanas do país, além dos municípios de Goiânia, Campo Grande, Rio Branco, São Luís, Aracaju e de Brasília.

De acordo com o IBGE, a maior variação e o maior impacto vieram do segmento de Transportes. Houve inflação de preços de 3,20% entre os produtos e serviços pesquisados. O impacto apenas dessa fatia da economia foi de 0,65% no total da inflação.

A principal variação foi por causa do choque no preço da gasolina, calculada em 6,95%. Foi o item que mais pesou no índice de inflação. No dia 11 de março, o preço médio de venda da gasolina da Petrobras para as distribuidoras foi reajustado em 18,77%.

O IBGE também verificou altas nos preços do gás veicular (5,29%), do etanol (3,02%) e do óleo diesel (13,65%). Os dois últimos contribuíram conjuntamente com 0,06% no IPCA de março.

Além dos combustíveis, a aceleração do grupo Transportes também está relacionada à alta nos preços de alguns serviços, como o transporte por aplicativo (7,98%), o seguro voluntário de veículo (3,93%) e o conserto de automóvel (1,47%).

Na sequência, veio o grupo Alimentação e bebidas, com alta de 2,42%. O impacto foi de 0,51% valor no total. Juntos, os dois grupos contribuíram com cerca de 72% do IPCA de março, segundo o IBGE.

O motivo, segundo o Instituto de Estatística, foi a alta nos preços dos produtos para consumo no domicílio. A maior contribuição veio do tomate, cujos preços subiram 27,22% em março. Além disso, foram registradas altas em diversos produtos, como a cenoura, que quase triplicou de preço em 12 meses, o leite longa vida, o óleo de soja, as frutas e o pão francês.

Itens de Vestuário (1,82%), para Habitação (1,15%) e de Saúde e cuidados pessoais (0,88%) ficaram mais caros. O único com queda foi Comunicação, com -0,05%. Os demais ficaram entre o 0,15% de Educação e o 0,59% de Despesas pessoais.