O prefeito de Canoas, Jairo Jorge (PSD), um assessor do gabinete dele, dois secretários municipais e dois servidores da Prefeitura foram afastados dos seus cargos durante uma operação do MP-RS (Ministério Público do Rio Grande do Sul). Chamada de “Copa Livre”, a ação foi deflagrada na manhã desta quinta-feira (31).
São investigados contratos contratações diretas, com dispensa de licitações, promovidas pela prefeitura de Canoas a partir de janeiro de 2021. Conforme o procurador-geral de Justiça do MPRS, Marcelo Lemos Dornelles, são investigadas empresas que atuam na área da saúde do município. O MP-RS pediu a intervenção judicial no HPSC (Hospital de Pronto Socorro de Canoas).
Os contratos investigados somam R$ 66,7 milhões, estão a gestão do Hospital de Pronto Socorro de Canoas, a prestação do Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu) e a contratação de serviços de limpeza e copeiragem. O Ministério Público diz que esses contratos eram “claramente direcionados a empresas e entidades previamente definidas pelo grupo criminoso investigado, visando o enriquecimento ilícito dos integrantes”.
A operação culminou com o pedido judicial para o afastamento do prefeito Jairo Jorge (PSD) e do secretário de Saúde, Maicon de Barros Lemos; e o secretario de Planejamento de Canoas, Fábio Cannas. Outras três pessoas – o assessor e os dois servidores da Prefeitura – foram afastados, mas os nomes deles não foram informados.
Ao todo, são cumpridas 81 medidas cautelares contra 24 pessoas físicas e 15 empresas. Sete dessas empresas foram proibidas de contratar com o poder público.
As ações são realizadas em endereços comerciais e residenciais, em instituições e órgãos públicos de Canoas e Porto Alegre, no Rio Grande do Sul; em São Paulo, São Bernardo do Campo, Barueri e Santana do Parnaíba, no estado de São Paulo; em Nova Iguaçu e Niterói, no Rio de Janeiro; e Contagem, em Minas Gerais.
Ordens judiciais foram cumpridas na Prefeitura e na residência do prefeito de Canoas, onde a entrada do prédio foi arrombada pela polícia.