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Policial federal é baleado em operação contra câmbio ilegal em Santana do Livramento

O policial federal foi socorrido e encaminhado para a Santa Casa de Misericórdia de Santana do Livramento. Ele foi atendido e passa bem.

Foto: Polícia Federal / Divulgação

Um policial federal foi baleado dentro de uma residência em Santana do Livramento, na região da Campanha. O caso ocorreu durante cumprimento de mandado de uma operação que investiga práticas de evasão de divisas, de câmbio ilegal e de lavagem de dinheiro. A ação desta quarta-feira (30), é desdobramento da Operação Cisplatina, que foi deflagrada em setembro de 2020.

O disparo contra o agente público ocorreu logo após ele entrar em um imóvel que havia recebido ordem judicial para busca e apreensão. Um dos alvos da operação, no entanto, atirou contra o policial federal. O criminoso, que era morador da casa, se entregou logo após o disparo. O indivíduo deve ser processado por tentativa de homicídio.

O policial federal foi socorrido e encaminhado para a Santa Casa de Misericórdia de Santana do Livramento com ferimento na região do tórax. O agente foi atendido e não corre risco.

Entenda a investigação

Conforme a PF, a operação Cisplatina II investiga um núcleo de operadores financeiros especializado em evasão de divisas (levar dinheiro para o exterior), de câmbio ilegal (trocar dinheiro sem autorização) e de lavagem de dinheiro (compra de bens ou serviços para mascarar dinheiro obtido de forma ilítica). O núcleo investigado tem estreita vinculação com os investigados na primeira fase da operação, que ocorreu em setembro de 2020.

Foram cumpridos sete mandados de busca e apreensão. Contas bancárias foram bloqueadas e veículos apreendidos. As medidas foram expedidas pela 7ª Vara Criminal da Justiça Federal em Porto Alegre.

O grupo criminoso investigado é radicado na fronteira Santana do Livramento-Rivera e, segundo a PF, faz uma espécie de mercado financeiro paralelo. Mesmo com a ação da Polícia Federal em 2020, parte dos doleiros ilegais manteve-se em atividade, inclusive absorvendo as funções dos comparsas presos.

A investigação demonstra que, desde 2013, os investigados atuam no recebimento de valores e na posterior remessa ao exterior. O mapeamento das atividades indica que o grupo recebeu, aproximadamente, 140 milhões de pessoas e empresas de todo o país, interessadas no envio desses valores ao Uruguai. Somente no período entre 2018 e 2021, o grupo movimentou ao menos R$ 61 milhões.