Um repórter americano foi baleado e morto na cidade de Irpin, nos arredores da capital da Ucrânia, disse o chefe da polícia da região de Kyiv neste domingo (13). Segundo as autoridades locais, a vítima do conflito iniciado em 24 de fevereiro é o jornalista Brent Renaud, 51 anos, que foi alvejado por soldados russos. Ele trabalhava para a revista “Time”, cobrindo a fuga de milhões de refugiados de guerra da Ucrânia para países vizinhos.
Inicialmente, foi divulgado que Renaud trabalhava para o jornal “New York Times”. A publicação lamentou a morte do repórter, mas informou que o jornalista trabalhou no jornal até 2015 e não havia sido enviado para a guerra da Ucrânia pelo jornal.
O “New York Times” confirmou ainda que o crachá que o jornalista carregava é do jornal, porém a identificação foi dada a ele para uma cobertura internacional feita no passado. “Apesar de ele ter colaborado para o Times no passado (a última vez em 2015), ele não estava na Ucrânia a serviço de nenhum setor do jornal. Notícias iniciais de que ele trabalhava para o jornal circularam porque ele usava uma credencial da empresa de uma pauta de muitos anos atrás”, afirmou a publicação.
As forças de segurança ucranianas relataram que outro repórter que estava com Renaud também foi atingido e levado a um hospital em Kyiv. A identidade deste profissional ainda não foi divulgada.
Os dois filmavam refugiados fugindo de Irpin quando foram atingidos por tiros em um posto de controle. Renaud foi baleado no pescoço e morreu instantaneamente, enquanto seu colega de trabalho ficou ferido. Em um vídeo nas redes sociais é possível ouvir a versão do jornalista ferido. “Estávamos filmando os refugiados em fuga”, contou ele.
Renaud é o segundo profissional da imprensa morto na guerra. O cinegrafista ucraniano Ievhenii Sakun, 49, morreu em 1º de março durante um ataque russo a uma torre de TV em Kyiv, quando outras quatro pessoas também morreram. Ele cobria o conflito para a rede local Live.