Pelo menos 17 pessoas ficaram feridas nesta quarta-feira (9) após um ataque aéreo russo contra um hospital com maternidade e enfermarias pediátricas em Mariupol, no sudeste da Ucrânia. A informação foi confirmada pelo governador da região de Donetsk, Pavlo Kyrylenko, que relatou que entre os feridos há mulheres em trabalho de parto. Para ele, o bombardeio violou o cessar-fogo para a criação de corredores humanitários, segundo o jornal “The Guardian”.
O prédio da instituição médica teria sido completamente destruído, conforme imagens publicadas pela Câmara Municipal em redes sociais. O presidente da Ucrânia, Volodymyr Zelensky, classificou o ataque como uma “atrocidade” em seu canal no Telegram. “Pessoas, crianças, estão sob os escombros. É uma atrocidade!”, disse o líder ucraniano, reforçando o pedido para o fechamento do espaço aéreo do país. Zelensky ainda voltou a criticar a demora da comunidade internacional para uma resposta efetiva contra a guerra iniciada pelo governo de Vladimir Putin em 24 de fevereiro.
Reino Unido avalia maior apoio à Ucrânia
Após o ataque ao hospital, o primeiro-ministro do Reino Unido, Boris Johnson, disse que há poucas coisas mais depravadas do que atacar pessoas vulneráveis e indefesas. “O Reino Unido está avaliando mais apoio à Ucrânia para se defender contra ataques aéreos e vamos responsabilizar Putin por seus crimes terríveis.”
A situação na cidade portuária às margens do Mar de Azov está cada vez mais crítica, principalmente porque o território está cercado por tropas russas desde o início da semana passada, e as autoridades locais afirmam que a população de 450 mil habitantes está sem água potável, energia elétrica e aquecimento.
Até agora, pelo menos 1.170 civis morreram em Mariupol, sendo que 47 pessoas foram enterradas em uma vala comum, de acordo com uma agência de informação da Ucrânia, citando dados do vice-prefeito da cidade, Serhiy Orlov.
“A Rússia continua mantendo mais de 400 mil pessoas em Mariupol, bloqueia a ajuda humanitária e a evacuação. Os bombardeios indiscriminados continuam. Quase 3 mil bebês carecem de remédios e alimentos. Convido o mundo a agir!”, disse o ministro das Relações Exteriores da Ucrânia, Dmytro Kuleba, pedindo para a “Rússia parar sua guerra bárbara contra civis e crianças”.
Em meio ao avanço das tropas, o prefeito de Kiev, Vitalii Klitschko, também disse que a capital ucraniana só pode durar “uma semana” se as forças de Moscou a cercarem.
Em entrevista à CNN, Klitschko ressaltou que os recursos da cidade só podem ser suficientes para sete dias. “Precisamos dos jatos agora, ajudem-nos”, apelou o prefeito, se referindo à possibilidade de a Polônia enviar aviões Migs para a Ucrânia. “Kiev é um alvo de Moscou”, concluiu.