Após três dias de tentativas fracassadas, a Rússia anunciou nesta terça-feira (8) a abertura de corredores humanitários para evacuação de civis de cinco cidades da Ucrânia, incluindo a capital Kyiv. O cessar-fogo temporário foi iniciado às 4h (horário de Brasília) e também envolve Kharkiv, Chernihiv, Sumy e Mariupol, que estão entre os principais alvos da ofensiva russa no país.
“Até 9h30 [4h30 em Brasília], mais de 150 pessoas tinham sido evacuadas”, afirmou o chefe da administração regional de Kyiv, Oleksiy Kuleba.
No entanto, a vice-premiê ucraniana, Iryna Verechtchouk, disse ter recebido “informações” que apontam que a Rússia quer “atrapalhar” o corredor humanitário de Sumy e forçar as pessoas a percorrer um “itinerário não concordado e perigoso”. Antes da trégua, um ataque a um bairro residencial da cidade deixou pelo menos 21 mortos, incluindo duas crianças.
Além disso, o Ministério da Defesa da Ucrânia acusou a Rússia de impedir a evacuação em Mariupol. “O inimigo lançou um ataque mirando exatamente o corredor humanitário. Eles não deixam crianças, mulheres e idosos saírem da cidade”, disse a pasta.
Por sua vez, o ministro ucraniano das Relações Exteriores, Dmytro Kuleba, declarou que Moscou mantém “300 mil civis reféns em Mariupol e bloqueia a evacuação humanitária, apesar de um acordo com a mediação do CICV [Comitê Internacional da Cruz Vermelha]”.
“Uma criança morreu de desidratação ontem! Crimes de guerra são parte da estratégia deliberada da Rússia. Exorto todos os Estados a exigir publicamente: Rússia, deixe as pessoas saírem!”, escreveu o chanceler.
De acordo com a ONU, a guerra na Ucrânia já gerou mais de 2 milhões de refugiados, sendo que mais da metade desse contingente, cerca de 1,2 milhão, foi para a Polônia.