O Rio Grande do Sul teve no ano passado sua taxa de crescimento vegetativo mais baixa da série histórica, iniciada no ano 2000. O dado diz respeito à relação entre natalidade e mortalidade de uma população em um determinado período. Os números são da Secretaria da Saúde do Estado.
Em 2020, foram registrados 130,7 mil nascimentos e 92,7 mil mortes, o que resulta em um aumento de 38,1 mil habitantes. Com isso, a taxa de crescimento vegetativo foi de 0,33%. O índice é menor que o dos dois anos anteriores: 2019 (0,40%) e 2018 (0,45%).
O perfil dessa população está disponível no estudo Estimativas populacionais por idade e sexo nos municípios do Rio Grande do Sul, divulgado nesta quinta-feira (2) pelo DEE (Departamento de Economia e Estatística), vinculado à Secretaria de Planejamento, Governança e Gestão (SPGG).
População feminina
As mulheres são maioria no Estado, segundo o DEE. O levantamento aponta a proporção de 100 mulheres para cada 94,8 homens no Rio Grande do Sul. Porto Alegre é a cidade com mais de 20 mil habitantes onde onde percentual de mulheres é mais alto, com 54,01%
Segundo o responsável pelo estudo e diretor do DEE, Pedro Zuanazzi, cidades que são centros de referência universitário, como Porto Alegre e Pelotas, tendem a atrair mais mulheres por migração. “considerando que elas têm, em média, maior escolaridade que os homens. Quanto àquelas com maior percentual de homens, é importante destacar que o presídio masculino de Charqueadas acaba por contribuir para a primeira posição do município no ranking, tendo em vista que ele representa um percentual importante da população da cidade”, afirma.
Além disso, por ocorrerem mais nascimentos de pessoas do sexo masculino, os homens são maioria até a faixa etária de 33 anos.
Idosos
O Estudo também mostra uma tendência de envelhecimento da população que mora no Rio Grande do Sul. A variação mais positiva é notada nas cidades da região leste, mais próximas ao litoral. Entre as cidades com mais de 20 mil habitantes com maior percentual de pessoas com 60 anos ou mais estão São Sepé (24,91%), Caçapava do Sul (23,52%) e São Lourenço do Sul (23,23%). A média geral no Rio Grande do Sul é de 18,77%
Tendência
O diretor do DEE, Pedro Zuanazzi, diz que “Ao longo dos últimos anos já havia uma tendência de redução do crescimento vegetativo, com diminuição dos nascimentos e aumento no número de óbitos, como consequência da redução da taxa de fecundidade e do envelhecimento da população. As mortes causadas pela Covid-19 também contribuíram para o aumento de óbitos em 2020”, disse.