O Rio Grande do Sul pode ter um quarto ano no Ensino Médio para repor perdas na capacidade de aprendizado dos alunos por causa da pandemia da Covid-19 a partir de 2022. A medida é avaliada pela a secretária estadual de Educação, Raquel Teixeira, devido às perdas causadas pelo ensino remoto ou híbrido. São três semestres de atividades e capacidade de aprendizado prejudicadas, como mostrou pesquisa divulgada hoje pela Assembleia Legislativa do Estado.
Para a secretária, o sistema educacional gaúcho precisará de medidas para evitar a baixa capacidade de aprendizado dos estudantes que encerram o ciclo de ensino. “Estamos avaliando criar bolsas de estudo e oferecer um quarto ano para que se sintam seguros antes de ingressar no mundo do trabalho”, afirmou, durante a divulgação da pesquisa.
O auxílio para os alunos ainda não foi divulgado oficialmente e não há mais detalhes sobre a proposta. Já sobre o quarto ano, ele seria opcional, cabendo ao aluno decidir se irá receber as atividades de reforço ou não.
Pesquisa aponta principais problemas na educação
Na manhã desta segunda-feira, a Assembleia Legislativa do Estado divulgou os dados de uma pesquisa sobre os impactos da pandemia no aprendizado de crianças e adolescentes. O levantamento, realizado pelo Instituto de Pesquisas de Opinião, ouviu 1.500 pessoas em oito regiões gaúchas.
Os principais apontamentos são sobre a necessidade de políticas públicas que assegurem o reforço escolar, promovam a segurança sanitária e investimentos para a aquisição de equipamentos e estrutura tecnológica para as aulas em formato híbrido.
Conforme o presidente da AL, deputado Gabriel Souza (MDB), os dados coletados servirão como base para a elaboração de proposições legislativas que contemplem o cenário atual. “São referências importantes da nossa sociedade, pais e mães, professores e cidadãos de um modo geral, que também sofrem com os efeitos da pandemia e têm contribuições significativas”, declarou o parlamentar.
A partir dos três pontos principais obtidos no estudo, Gabriel destaca a criação de projetos de lei que viabilizem programas de recuperação do conteúdo para mitigar a baixa aprendizagem gerada pelo ensino remoto, sobretudo no ano passado; estipulação de protocolos sanitários, incluindo a aquisição de EPIs e outras iniciativas para que seja possível manter as aulas no formato presencial; e a compra de ferramentas tecnológicas para garantir a qualidade das aulas em formato híbrido.