O Instituto Butantan paralisou a produção da vacina CoronaVac pela falta de IFA (Insumo Farmacêutico Ativo). A incapacidade de continuar a produção da vacina ocorre logo após a entrega de 1,1 milhão de doses do imunizante nesta sexta-feira (14). Instituição paulista já entregou 47,2 milhões de doses do imunizante para o Ministério da Saúde, que é o responsável por encaminhar para Estados e municípios.
O motivo da paralisação no Butantan é a dificuldade de importação de 10 mil litros do insumo farmacêutico ativo. Por causa de “entraves diplomáticos”, o produto produzido pelo laboratório Sinovac não tem autorização do governo chinês para ser exportado. O governo de São Paulo tem participado de reuniões com o embaixador do Brasil na China para tentar viabilizar a autorização para a exportação dos insumos da vacina.
Em coletiva de imprensa desta sexta, Doria fez críticas ao governo federal e fez um apelo aos chineses pela liberação de novos insumos. “Temos um entrave diplomático fruto de declarações desastrosas do governo federal e isso gerou um bloqueio no embarque desses insumos. É muito ruim quando um presidente da República agride um país. A má notícia é que a partir de agora o Instituto Butantan não pode processar novas vacinas”, disse Doria.
O Ministério da Saúde e de Relações Exteriores negam “entraves diplomáticos” para a importação do IFA.
Fiocruz receberá IFA no fim do mês
Ontem, foi anunciada o envio de insumos para a Fiocruz. Serão duas remessas, nos dias 22 e 29 de maio. “Conversei com os chineses e não houve de fato a liberação. A Fiocruz teve uma liberação para embarque no dia 22. É uma boa notícia. Quer dizer, se começou a liberar, então, é possível que a gente também tenha uma boa notícias”, afirmou Dimas Covas, diretor do Butantan.
Com os 10 mil litros de IFA que o Butantan aguarda, seria possível produzir 18 milhões de doses da CoronaVac. O montante, segundo o diretor do Butantan, corresponde ao necessário para produzir o quantitativo de vacinas previstas para serem entregues ao governo federal em maio e junho. Ele afirma que o cronograma poderá ser recuperado no próximo mês, após a chegada do insumo no país.
A CoronaVac corresponde a aproximadamente 75% das vacinas contra a Covid aplicadas no PNI (Programa Nacional de Imunização). O Rio Grande do Sul tem feito vacinação a conta gotas por causa da falta de vacinas CoronaVac para aplicação da segunda dose.