Greve dos petroleiros não afeta distribuição de combustível, diz BR Distribuidora

A BR Distribuidora, subsidiária da Petrobras, informou, em nota, que a greve dos petroleiros não afetou, até o momento, a rotina de comercialização e distribuição de derivados do petróleo (combustível) para todo o Brasil. Até o início da tarde desta quinta-feira (05), o Sindicato Nacional das Empresas Distribuidoras de Combustíveis e de Lubrificantes também não registrou problemas causados pela greve.
Já o presidente do Sindipetro (Sindicato dos Petroleiros de Duque de Caxias), Simão Zanardi, prevê falta de combustível na semana que vem caso a paralisação continue. “As refinarias param por exaustão. Lá pelo sétimo, oitavo dia, as pessoas que estão trabalhando começam a sair, e aí para”, disse. “Os níveis de petróleo estão baixando e, nesse momento, as refinarias começam a perder estoque”, acrescentou Zanardi, durante protesto nesta quinta (5) de trabalhadores em greve em uma das entradas da Reduc (Refinaria Duque de Caxias), na Baixada Fluminense.
A ANP (Agência Nacional de Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis) informou nessa quarta-feira (4) que faz acompanhamento permanente do mercado de combustíveis e não identificou falta de abastecimento por causa da greve dos petroleiros. A ANP disse que “se houver desabastecimento, estudará as medidas a serem tomadas”. Por meio da assessoria de imprensa, a Petrobras descartou hoje desabastecimento no Rio de Janeiro na semana que vem.
A produção de petróleo no Brasil teve queda de 8,5 % nessa quarta (4), segundo nota divulgada nessa quarta-feira pela Petrobras. Este percentual representa 178 mil barris de petróleo da produção diária da companhia. Na avaliação da empresa, o resultado mostra que a greve dos petroleiros tem afetado as operações.
A greve foi convocada pela FUP (Federação Única dos Petroleiros). A categoria critica o Plano de Negócios e Gestão 2015-2019 da Petrobras, que prevê um programa de desinvestimentos com a venda de ativos de US$ 15 bilhões nos próximos dois anos.
“Parar os investimentos da Petrobras é parar a geração de emprego e renda do Brasil, da Petrobras, dos estados e municípios, e por isso temos que mudar o plano de negócios”, disse o presidente do sindicato, Simão Zanardi.
Os trabalhadores também reivindicam que cláusulas sociais não sejam cortadas do acordo coletivo de trabalho e pedem que haja reajuste salarial com reposição da inflação. A empresa ofereceu 8,11%.