Polícia e CGU investigam fraudes em licitações da CGTEE

A suspeita de crimes contra a administração pública e fraudes em licitações para o favorecimento de empresários levou a Polícia Civil a deflagrar, com apoio da CGU (Controladoria Geral da União), a operação Antracito para investigar as irregularidades na CGTEE (Companhia de Geração Térmica de Energia Elétrica), subsidiária da Eletrobras.
Foram cumpridos 20 mandados de busca e apreensão na manhã desta quarta-feira em Alvorada, Bagé, Candiota – onde está localizada a termelétrica Candiota II –, Pelotas e Porto Alegre. As investigações da Operação Antracito começaram em 2012. Cerca de 100 agentes, entre policiais civis e servidores da CGU participaram da ação.
Conforme a Polícia Civil, há indícios que a CGTEE dispensou a realização de licitações ou direcionou os certames que ocorreram para que os mesmos fornecedores fossem sempre contratados. Também há indícios que houve superfaturamento nas compras de materiais e que elas teriam sido feitas em empresas “de fachada”.
Ao jornal Correio do Povo, o diretor financeiro da CGTEE, Clovis Ilgenfritz, afirmou que a operação não tem fundamento e que a suspeita de desvios é absurda. “Isso é pura cena de setores que querem aparecer e querem prejudicar a imagem da Eletrobrás. Não podemos aceitar que um monte de gente venha vasculhar coisas sem suspeita de nada. Não tem suspeita de irregularidade”, declarou.
Já o presidente da CGTEE, Sereno Chaise, declarou, ao jornal Zero Hora que encaminhou suspeitas de fraude na Usina de Candiota, controlada pela CGTEE, à Polícia Civil por estar insatisfeito com o andamento de sindicâncias dentro da companhia. “Foi determinada demissão de dois [funcionários] e nada aconteceu”, reclamou.
Sindicâncias internas, realizadas desde 2012, apontaram superfaturamentro e fraude nas licitações da companhia, exatamente como revelado na Operação Antracito. Os casos foram apurados, mas nenhuma medida efetiva foi tomada. “Não cabia a mim. As decisões são de colegiado. Em Candiota, as pessoas foram afastadas do setor [de almoxarifado], mas só isso. Não houve punições”, afirmou Sereno à Zero Hora.