O prefeito Sebastião Melo anunciou, nesta sexta-feira (5), a criação de mais 100 leitos de enfermaria em Porto Alegre. O anúncio foi realizado em uma transmissão com secretários do governo municipal. O governante também afirmou que a cidade aderiu a dois consórcios para a compra de vacinas, caso o governo federal demore para realizar a distribuição de doses.
Melo destacou o esforço que a Prefeitura tem feito para aumentar a capacidade hospitalar na cidade. Citou os 154 leitos de alta complexidade abertos nos últimos 30 dias, sendo que 83 destes são novos e os outros 71 foram realocados, pois atendiam pacientes com outras doenças. Conforme o prefeito, também foram criados 594 novas vagas de atendimento na área clínica.
Os novos 100 leitos de enfermaria serão criados pelo Hospital Vila Nova, na zona sul de Porto Alegre. A transferência será de pacientes não-Covid e deve começar ainda hoje. Ao menos 60 devem ser realocados nesta sexta-feira, abrindo vagas para atendimento de pacientes positivos para a doença em outras unidades.
O prefeito também pediu à população que não tem sintomas de Covid-19, que procure atendimento nas UBSs (Unidades Básicas de Saúde). Doze delas serão abertas neste sábado e, no domingo, seis vão prestar atendimento. Já os pacientes com sintomas gripais e suspeita de terem se contaminado com coronavírus devem procurar atendimento nas UPAs (Unidades de Pronto Atendimento).
“Essas unidades vão estar atuando para diminuir a demanda, principalmente aquele paciente que não é Covid, mas que precisa de um atendimento. Ele pode usar nossas unidades básicas. Então vão estar disponíveis, também, outros locais para não ocorrer pressão em unidades [de pronto atendimento] que estão trabalhando com casos de Covid. Serão um apoio durante o fim de semana”, destacou o secretário da Saúde, Mauro Sparta.
Porto Alegre deve sofrer estresse máximo da Covid-19 neste mês
Na transmissão, Melo passou a palavra ao diretor de Atenção Hospitalar da Secretaria Municipal da Saúde, João Marcelo Lopes Fonseca. Ele explicou que a Capital gaúcha tem um perfil de hospitais universitários, com um número de leitos relativamente grande em comparação a outras capitais do Brasil. “Nós estamos neste momento e, acreditamos, que será durante todo o mês de março uma máxima pressão sobre o sistema hospitalar de Porto Alegre”, afirmou. Conforme Fonseca, essa pressão ela teve uma mudança muito rápida nas últimas três semanas, possivelmente relacionada a uma circulação comunitária da variante P.1, que é mais transmissível.
“Dessa forma, a gente levou rapidamente o plano de contingência do município para o estágio máximo. O que significa a suspensão de cirurgias eletivas, deslocamento de pessoal, além da suspensão das férias para colocar o máximo de pessoal para o atendimento”, elencou Fonseca. O diretor disse que médicos especialistas de áreas complexas, como a de trauma, estão direcionados para o atendimento da Covid-19 na Capital.