Walmart investe em práticas que valorizam mães da empresa

Aliar o desenvolvimento profissional com a maternidade ainda é um desafio para muitas empresas e mulheres.  No mercado de trabalho, 50% das mães são demitidas até dois anos após a licença maternidade, segundo pesquisa da Fundação Getulio Vargas (FGV) com 247 mil entrevistadas. Para reverter esse quadro, empresas investem em programas que incentivam o retorno das mães ao ambiente corporativo. Como acontece no Walmart Brasil, que concilia a rotina materna e o desenvolvimento de carreira de forma simultânea, prevalecendo as competências e características de cada colaboradora para que haja oportunidade de crescimento profissional sem nenhum impeditivo pessoal.

Para que isso seja possível, o Walmart Brasil adota algumas práticas que valorizam o momento especial das mães associadas, como licença maternidade de seis meses, sala de amamentação nos escritórios da companhia, horários flexíveis de trabalho e escalas móveis nas lojas com prioridade para colaboradoras com filhos pequenos.  Há também o direito de tirar folgas e férias durante o recesso escolar, o que permite proporcionar ainda mais lembranças familiares.

A diretora de Talentos, Diversidade e Inclusão do Walmart Brasil, Cleide Oliveira, explica como a experiência da maternidade pode trazer mudanças positivas de comportamento para as mulheres no ambiente corporativo. “Com a responsabilidade sobre a educação e criação de uma criança, as mulheres ganham mais sensibilidade, perspicácia, resiliência, além de outros sentidos aguçados com essa nova fase, como a tolerância com o erro. O estilo de gestão de pessoas também muda para melhor, porque as atitudes no trabalho se baseiam nos cuidados com os novos integrantes da família e se tornam referência para os exemplos que elas querem passar aos filhos, buscando sempre serem corretas nas tomadas de decisões”.

Um estudo publicado pelo banco Federal Reserve Bank of St. Louis, dos Estados Unidos, revela que mães superam colegas sem filhos em muitos aspectos no ambiente profissional, principalmente em matéria de produtividade. A análise, feita com cerca de 10 mil mulheres na faixa de 30 anos, também mostra que aquelas que têm pelo menos dois filhos são as que rendem mais, devido à necessidade de liderança sobre pessoas com personalidades diferentes.

Cleide acredita que há ainda um olhar distorcido para mães profissionais. “As empresas precisam incentivar o regresso, devem continuar ouvindo as mães e ter uma constante preocupação com o assunto”. E completa: “No Walmart Brasil, nós estimulamos que os gestores se adaptem à mudança de rotina das associadas, ainda mais em um ambiente tão intenso e dinâmico como é o varejo, onde mudanças de posição são comuns, principalmente quando falamos de movimentos horizontais”.

Mulher, mãe, gestora e realizada

Desde 2001 no Walmart Brasil, Graziela Vendruscolo Lima, 35, natural de Cruz Alta (RS), tem uma história de sucesso dentro e fora da empresa. Casada e com uma filha de dois anos, ela passou a fazer parte do quadro de colaboradores do Walmart como caixa operadora part time, em 2001. Foi seu primeiro emprego e trabalhava quatro horas por dia. Ainda em Cruz Alta, um ano depois recebeu promoções até chegar ao cargo de auxiliar administrativa. Após o incentivo da empresa, decidiu estudar faculdade de Administração, onde se formou em 2008. No ano seguinte se inscreveu no programa de trainee de gerente e, em 2010, assumiu sua primeira loja em São Gabriel (RS), permanecendo por 1 ano. Promovida a gerente de loja permaneceu no cargo por cinco anos no Walmart de Santa Rosa quando engravidou. Graziela conta que já estava planejando a gravidez e treinou a equipe para que todos estivessem preparados para sua licença.

Na véspera de Natal os colaboradores do Walmart da loja de Santa Rosa recebeu uma surpresa da equipe, ganhou de presente um enxoval repleto de roupas e produtos para a bebê: “Eu ganhei tanta coisa linda, fiquei muito feliz com a lembrança do pessoal na loja. Eles ainda disseram que naquele ano eu não ganharia presente de Natal, pois quem iria ganhar era a minha filha”, declarou a gestora.

Era Páscoa, Graziela estava com oito meses de gravidez, a loja lotada, repleta de clientes em busca dos ovos de páscoa e presentes, para essa época tão importante do ano. Mas a importância dessa data não tem apenas o significado já conhecido por todos como a Páscoa, para a gerente da loja, significa o nascimento de um sonho: “Eu estava cansada e enquanto dormia minha bolsa estourou, foi virada do dia de Páscoa e eu tinha trabalhado muito. Acho que me agitei demais e ela veio prematuramente, aos oito meses”, conta Graziela.

Após o nascimento da bebê, Graziela tirou licença maternidade por seis meses, e destaca que foi extremamente importante esse tempo que teve para cuidar da filha, o bebê está mais esperto, e os pais ficam um pouco mais tranqüilos e seguros em deixar a criança na creche: “Meu marido me ajuda bastante. A carga horária das nossas vidas profissionais é bem intensa, nossa filha fica na creche o dia inteiro”. Graziela contou também que não colocaram ninguém no lugar dela para gerenciar a loja durante seu afastamento: “Fiquei muito feliz com minha equipe. Todos conseguiram realizar os trabalhos diários da melhor forma e não colocaram ninguém no meu lugar. Quando voltei, estavam me esperando”.

Graziela passou toda sua trajetória profissional dentro do Walmart Brasil onde, segundo ela, “sempre teve apoio e foi muito valorizada por seus encarregados”. No início não existiam tantas mulheres na liderança, porém, nunca sofreu qualquer tipo de discriminação. A empresa parte do princípio de que todas as pessoas são iguais. Atualmente as mulheres representam 54% no quadro total de funcionários do Walmart, e 42,5% ocupam cargo de liderança. Graziela ocupa hoje o cargo de gerente de loja do Walmart em Ijuí, desde janeiro deste ano.