O governador Eduardo Leite recebeu, no Palácio Piratini, nesta sexta-feira (29), líderes religiosos para debater medidas de prevenção ao coronavírus durante as celebrações envolvendo o Dia de Nossa Senhora dos Navegantes e de Iemanjá, celebrado em 2 de fevereiro e feriado em diversos municípios gaúchos.
“Todas as manifestações religiosas merecem, têm e seguirão tendo o nosso respeito. Mas, a partir do momento em que geram aglomerações e que isso pode significar a disseminação do vírus, mais pessoas contaminadas e perdermos pessoas queridas, isso se torna uma responsabilidade coletiva. Por isso, precisamos pensar em, como lideranças, nós podemos atuar juntos neste momento excepcional que estamos vivendo que é a pandemia”, afirmou o governador.
De acordo com Leite, o decreto do Distanciamento Controlado já proíbe festividades e aglomerações, bem como determina distanciamento mínimo entre as pessoas em locais com público. No entanto, o governador quis ouvir os líderes tanto da Igreja Católica como de matriz africana para colher sugestões e somar esforços para conscientizar os fiéis e simpatizantes.
“Nós já perdemos dois líderes para a Covid-19 e a nossa orientação para todos os fiéis é para que não façam aglomerações. A nossa responsabilidade, como qualquer religião, é com a vida das pessoas acima de tudo. Iemanjá sabe disso e vai entender a nossa decisão”, afirmou o presidente do Conselho do Povo de Terreiro do Rio Grande do Sul, Baba Diba de Iyemonja.
Nesse mesmo sentido, o padre Remi Maldamer, da Arquidiocese de Porto Alegre, afirmou que as procissões foram canceladas e que haverá apenas uma carreata reduzida pela cidade. “Os nossos santuários estão abertos a grupos pequenos, com distanciamento e protocolos. Não há necessidade de colocarmos a vida em risco, especialmente das pessoas mais idosas. Precisamos respeitar a vida do outro em primeiro lugar”, afirmou o padre.
Estiveram presentes e também se manifestaram favoráveis à proibição de celebrações em grupo com aglomerações representantes da Associação Independente em Defesa das Religiões Afro Brasileiras e da Federação Afro-Umbandista Espiritualista do Rio Grande do Sul.
O governador Leite e o secretário de Justiça, Cidadania e Direitos Humanos, Mauro Hauschild, que também acompanhou o encontro, afirmaram que já há um trabalho, além de junto aos líderes religiosos, com as prefeituras para que haja uma cooperação para evitar excursões, encontros públicos ou outras aglomerações tanto em locais fechados como abertos, como na orla de rios e praias.
O assunto será debatido pelo Gabinete de Crise de enfrentamento à pandemia para verificar, a partir das sugestões dos líderes religiosos, a necessidade de emitir um decreto com novas restrições envolvendo o período de celebrações de Iemanjá e Navegantes.