A Polícia Civil de Santa Catarina ainda não explicou as motivações do sequestro da menina Fabíola, de 4 anos, encontrada em um cativeiro no domingo (20) em Florianópolis. Os sequestradores – um casal de gaúchos – assim como a família da vítima, é da região Central do Rio Grande do Sul. Nesta segunda-feira (21) a avó da criança, Cerli Tormes da Rosa, disse que acredita que a neta não tenha sido a primeira criança sequestrada pelo casal. Os sequestradores foram presos nesse domingo (20). Cerli mora em Santa Maria, e concedeu entrevista ao Jornal Conexão.
“Pelo que ouvi dos policiais, o lugar era horrível onde a Fabíola se encontrava. Brinquedos macabros, cena de filme de terror. Roupas de criança misturadas com fezes de animais. Na minha concepção, como avó, eu tenho a impressão que a Fabíola não foi a primeira criança”, disse.
Questionada sobre como chegou a essa conclusão, a avó disse que é o que pensa pelo cenário encontrado no cativeiro pelos policiais envolvidos na investigação e no resgate da menina. O cativeiro era no Norte da Ilha, mas o sequestro começou em Palhoça, que fica na região metropolitana.
“Naquele local já deve ter estado outra criança. Por que eles teriam roupas de crianças? Brinquedos macabros? Roupa de criança suja, atirada? Estou tentando achar uma saída. Pra mim, a Fabíola não foi a primeira criança. Segundo a polícia eles não tinham filhos”, contou Cerli.
A filha de Dona Cerli, Simone – a mãe de Fabíola – concedeu entrevista ao “Diário de Santa Maria”. Ela disse que a filha se parece com a sequestradora e que acredita que eles queriam ficar com Fabíola como filha. Porém, a avó da menina sequestrada pensa diferente. Ela volta a frisar que o ambiente insalubre do cativeiro não era para se ter uma criança.
“Não era ambiente pra manter uma criança. Se eles quisessem uma criança, seria um ambiente limpo. Eles não tinham esse ambiente. Minha filha acha que eles pegaram a menina pra ficar pra eles. Eu acho que não. Eu penso tanta coisa na minha cabeça. Pode ser até pra vender crianças”, cogitou Cerli.
Tentativa de homicídio
Por mais que o casal também seja do Rio Grande do Sul, Cerli disse que a família nunca viu ou ouviu falar deles. Ela acredita que houve uma tentativa de homicídio contra a filha para que ‘ela não falasse’. “Dar as características deles. A pessoa que sai viva, faz um retrato falado. Talvez tenha sido isso. Minha filha está muito machucada. Ele agrediu bastante ela. A polícia agiu muito rápido. Foi macabro”, contou Cerli.
A reportagem do Conexão e do Agora no RS confirmaram que o DDD do celular do homem preso é 55. A vó garantiu que não tinha ideia disso e que ficou sabendo pelos jornais. Ela ficou sabendo que ele tem contatos na região de Santiago, cidade também da região Central do RS.