O IGP (Instituto-Geral de Perícias) divulgou que a causa da morte de Jane Beatriz da Silva Nunes, de 60 anos, foi aneurisma cerebral. Ela morreu depois de uma averiguação da Brigada Militar na Vila Cruzeiro, ontem. A perda da vizinha e líder comunitária gerou protestos entre os moradores, que acreditavam que ela tinha sido agredida por policiais.
Conforme o IGP, “não foi localizado no corpo nenhum sinal de trauma que justificasse o óbito”. Por isso a causa da morte foi, unicamente, a dilatação da parede enfraquecida de uma artéria do cérebro. A perícia foi realizada por Perito Médico-legista com especialização em neurocirurgia.
A morte de Jane foi uma consequência de uma operação policial da Brigada Militar no bairro. Os moradores apontam que ela teria sido acusada, injustamente, de acobertar traficantes que atuam na região. Seria a terceira vez que os policiais teriam ido ao local procurar pelos criminosos. Ainda segundo os moradores, houve confusão durante a ação. Eles dizem ainda que a ação da polícia foi “truculenta”.
A versão da BM aponta outra situação. Que os policiais faziam a verificação de uma denúncia sobre “violência contra menores”. Os policiais teriam ido a uma residência, mas não confirmaram o alerta recebido. Quando deixavam o local, encontraram uma mulher, que estaria chegando na residência alvo das buscas. Ela seria Jane que teve, na versão da polícia, um aparente mau súbito e desfaleceu. A Brigada Militar diz que “não houve a violência” em nenhum momento contra ela.
De acordo com a Secretaria Municipal de Saúde, Jane chegou ao pronto-atendimento em parada cardiorrespiratória. Ela teve a morte declarada durante o primeiro atendimento no Postão da Cruzeiro. Ela era servidora da prefeitura de Porto Alegre desde 1995 e trabalhava na área Guarda Municipal. A funcionária pública também atuava como Promotora Legal Popular.
Investigação
A Brigada Militar abriu inquérito policial militar para apurar as circunstâncias da abordagem policial. Há relatos, por parte de testemunhas, que os policiais agiram de forma truculenta. Ainda ontem os agentes envolvidos na ação na Vila Cruzeiro foram ouvidos em depoimento. A Corregedoria da corporação vai investigar a ação dos militares.