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Vacina de empresa norte-americana é 94,5% eficaz, diz estudo preliminar

A empresa norte-americana Moderna anunciou nesta segunda-feira (16) que a sua vacina desenvolvida contra o coronavírus Sars-CoV-2 teve 94,5% de eficácia na prevenção da Covid-19. Os resultados são preliminares e precisam passar por revisão de outros cientistas e pela publicação de revista científica.

Conforme o relatório apresentado, a análise teve como base 95 pacientes com Covid, dos quais 90 haviam recebido a mRNA-1273. Atualmente, a fase 3 dos testes inclui mais de 30 mil voluntários e os dados continuarão a ser avaliados.

Ainda conforme a empresa, a conservação e o transporte da imunização deve ser feito com “temperatura padrão”, ou seja, entre 2ºC e 8ºC por até 30 dias. No longo prazo, a vacina deve ficar sob refrigeração de -20ºC por até seis meses – também em temperatura padrão.

A ressalva da Moderna refere-se, especificamente, ao fato de que outra vacina que apresentou resultados positivos na semana passada, com 90% de eficácia, feita pela norte-americana Pfizer e pelo laboratório alemão BioNTech, precisa ser transportada em -80ºC – o que pode se tornar um problema de logística.

A farmacêutica está desenvolvendo a vacina com o Instituto Nacional de Alergias e Doenças Infecciosas (NIAID), liderado pelo infectologista Anthony Fauci, o principal membro no âmbito epidemiológico da força-tarefa do governo dos Estados Unidos contra a pandemia.

Na nota, a Moderna ainda destacou que iria entrar “em breve” com um pedido de registro de urgência na Administração de Alimentos e Medicamentos (FDA, na sigla em inglês).

A mRNA-1273, como o próprio nome ressalta, usa uma nova tecnologia com base no RNA e não com o vírus desativado, como ocorre nas vacinas tradicionais. Ela foi a primeira a entrar em teste no mundo, ainda em março deste ano.

Além da Moderna e da Pfizer/BioNTech, o Instituto Gamaleya de Pesquisa em Epidemiologia e Microbiologia da Rússia informou que a sua vacina, a Sputnik V, também teve resultados promissores na fase 3, com 92% de eficácia. Todas as três, porém, ainda aguardam a confirmação dos números por cientistas independentes.

Revisão de dados

O anúncio ocorre no mesmo dia em que a Agência Europeia de Medicamentos (EMA) informou que começou a revisar os dados da vacina para uma possível autorização de comercialização na Europa.

É a terceira análise do tipo iniciada pelos pesquisadores, depois das desenvolvidas pela Universidade de Oxford/AstraZeneca e pela BioNTech/Pfizer, e o comunicado surge pouco mais de um mês após a EMA considerar a imunização como “idônea” para solicitar o registro.

Na nota oficial, a Agência informa que analisará os dados dos resultados dos testes pré-clínicos e dos primeiros estudos das fases 1 e 2, já publicados e revisados cientificamente. A EMA ainda destacou que avaliará a mRNA-1273 nos “padrões de eficácia, segurança e qualidade”, mas que esse processo “deve ser mais rápido do que o normal” por conta da gravidade da situação sanitária.