A prevalência de infectados pela covid-19 na cidade de São Paulo chegou a 11% da população, ou seja, 1,3 milhão de residentes na capital paulista já tiveram contato com o vírus, e tem anticorpos, de acordo com o resultado da fase 4 do inquérito sorológico feito pela prefeitura e apresentado hoje (27). O levantamento começou a ser feito em junho e partiu da fase zero, na qual a prevalência era de 9,5%. Na fase 1, esse percentual foi de 9,5%, na fase 2, de 9,8%, e na fase 3, 10,9%.
De acordo com o estudo, a região com mais moradores que já contraíram o novo coronavírus é a sul, com 14,1%; em seguida aparece a região leste (12,3%), a sudeste (10,6%), norte (8,3%) e a centro-oeste com 5,2%.
Nesta fase foram entrevistados e testados, até o dia 17 de agosto, moradores de 5,6 milhões de domicílios com base nos dados de IPTUs, hidrômetros e 472 unidades básicas de saúde, chegando a um total de 5.760 pessoas e 2.449 coletas de material para exame. Com esses dados, a prefeitura paulistana pretende conhecer a situação sorológica da população da cidade e direcionar as estratégias de saúde para combater de maneira mais eficiente à covid-19.
Nesta fase, assim como na anterior, a maioria dos atingidos pelo vírus foram pessoas de 18 a 34 anos (13,1%), com ensino fundamental completo (15,6%), principalmente das classes D e E (18,2%) e desempregados (18,1%). Quando avalia o distanciamento social, o estudo revela que nessa fase o percentual de pessoas que fizeram o isolamento parcialmente e contraíram a covid-19 foi 10,9%, enquanto os que não fizeram foram 17,9%. Entre os que moram com cinco ou mais pessoas, 16% já tiveram contado com o novo coronavírus. A estimativa de proporção de assintomáticos nesta fase do inquérito que apresentaram teste reagente para covid-19 foi 40,6%.
“O inquérito mostra a confirmação de duas grandes tendências: a primeira é a que o novo coronavírus afeta com mais incidência os menos favorecidos, menos esclarecidos e menos abastados, além de ter incidência duas vezes maior entre os pretos e pardos do que entre os brancos. Aqueles com ensino fundamental têm prevalência três vezes maior do que aqueles que tem ensino superior. Classes D e E quatro vezes mais do que a população das classes A e B”, disse o prefeito de São Paulo, Bruno Covas.
De acordo com o prefeito, a segunda tendência é a manutenção do índice de prevalência em 11%, o que reforça que apesar da flexibilização promovida na cidade de São Paulo pela prefeitura, as pessoas estão mantendo a preocupação, o controle e o respeito às normas sanitárias, com os serviços e comércios abertos sem registro de segundo pico da doença.
Inquérito infantil
Na fase 2 do inquérito infantil que abrangeu 6 mil estudantes entre quatro e 14 anos da rede municipal de ensino que tem 675.922 alunos, a prevalência é 18,3%, com 123.694 mil escolares que já tem anticorpos para a covid-19. Na fase 1, a prevalência foi 16,1% (108.823 mil alunos já infectados). A proporção de crianças assintomáticas é 69,5%, duas vezes mais do que as sintomáticas. Pelo menos 26,3% dos alunos que já tiveram contato com o novo coronavírus residem com um adulto. Entre essa população a adesão ao distanciamento social detectada nesta fase foi 98.7%.
“Essa fase confirma alguns dados da primeira fase, entre um deles o de que sete a cada dez crianças não apresentam nenhum sintoma e 25% moram com pessoas do grupo de maior vulnerabilidade desta pandemia. Os dados mostram o acerto da decisão da prefeitura em não autorizar o retorno às aulas no mês de setembro aqui na cidade. Entre 10 e 15 de setembro teremos a terceira fase do inquérito realizado com crianças abrangendo também os alunos da rede estadual e particular. A partir daí a prefeitura vai decidir se nós teremos ou não retorno às aulas este ano na cidade de São Paulo”, ressaltou o prefeito.