O governador Eduardo Leite aproveitou transmissão ao vivo nesta quinta-feira (13) para comentar sobre a retomada das aulas presenciais no Rio Grande do Sul. “Não arriscaremos um retorno precipitado. Há uma série de condicionantes. Nada será feito sem a convergência de prefeitos e especialistas e sem a segurança de que os indicadores apontem para um momento de estabilidade”, tranquilizou Leite.
Na última terça-feira (11), uma reunião entre o governo do Estado, a Famurs (Federação das Associações de Municípios do Rio Grande do Sul) e presidentes das 27 associações regionais deu início à conversa. Ainda haverá encontros com o Ministério Público do Rio Grande do Sul, com o Tribunal de Contas do Estado e com prefeitos.
“Ao lado do governo do Estado, as prefeituras são as grandes mantenedoras das redes de ensino. Por isso, os prefeitos precisam se organizar, seja o retorno no início de setembro ou mais adiante. Precisam identificar os protocolos demandados, os cuidados exigidos, fazer contratação de equipe, compra de materiais e de equipamentos necessários ao retorno seguro. Por isso, chamamos os prefeitos para dar início ao debate”, explicou Leite.
A sugestão inicial apresentada pelo Estado propõe o retorno gradual e escalonado das aulas a partir de 31 de agosto, nas redes pública e privada. O primeiro nível a voltar seria a Educação Infantil. O Ensino Superior retornaria em 14 de setembro; o Médio e Técnico, em 21 de setembro; os anos finais do Ensino Fundamental, em 28 de setembro; e os anos iniciais, em 8 de outubro.
Segundo o governo do Estado, o retorno às aulas presenciais ocorrerá somente nas regiões que estiverem em bandeira amarela ou laranja.
“A retomada iniciaria pela Educação Infantil justamente porque, nessa rede, o cumprimento de dias letivos não é obrigatório. O envio dos alunos pelos pais, portanto, não seria compulsório. Nos Ensinos Fundamental e Médio, os alunos estão estudando por meio remoto, porque as crianças já têm autonomia para acessar as aulas. O mesmo não ocorre na Educação Infantil, no qual crianças de zero a cinco anos têm pouca condição de terem estímulos e de se manterem atentas por meio remoto”, detalhou o governador.
Economia
Na Educação Infantil, pais e responsáveis estão deixando de pagar a mensalidade das escolas, que acabam quebrando. “Se essas escolas para essa faixa etária deixarem de existir, a rede pública não terá capacidade para suportar a demanda que surgirá”, ponderou Leite.
Além disso, como a economia está, aos poucos, retomando, pais e responsáveis podem não ter opção segura para deixar os filhos. “Acabam deixando com algum vizinho ou com pessoas que se dispõem a cuidar das crianças por um valor, mas sem que haja estrutura para isso e sem que protocolos de segurança contra o coronavírus estejam sendo observados”, apontou.
O governador ressaltou que a retomada da Educação Infantil será, antes de tudo, uma opção de prefeitos e pais. “Trata-se de retirar a restrição imposta pelo Estado. Os prefeitos poderão avaliar se seus municípios têm condições, e os pais que preferirem manter as crianças em casa inclusive devem fazê-lo. Queremos dar uma opção aos pais que não têm onde deixar as crianças e que precisam retornar ao trabalho”, reforçou.
Segundo o governador, se os indicadores de contágio por coronavírus começarem a subir (número de internações e de mortes, por exemplo), todo o cronograma inicialmente proposto será revisto e adiado.