Os atendimentos em prontos-socorros privados que não geraram internações aumentaram 20% em junho, na comparação com maio, mostra o Boletim Covid-19 da Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS). Já a quantidade de atendimentos, no entanto, encontra-se perto da metade do que era realizado em fevereiro, revela ANS.
Os dados assistenciais levam em conta 51 operadoras de saúde que possuem hospitais próprios. Com a chegada da pandemia de covid-19, o número de atendimentos de emergência que não geraram internações caiu 13% em maio e 51% em abril. Em maio, houve aumento, de 4,2%.
A pesquisa também mostra que o número de exames e terapias autorizados em junho foi 26% inferior ao de 2019. Apesar de intensa, a queda é menor que a dos meses anteriores. Em maio, a redução foi de 47%, e, em abril, de 63%.
O boletim informa ainda que a ocupação de leitos cresceu de 61% para 62% de maio para junho, o que inclui leitos comuns e de unidades de terapia intensiva. No ano passado, a ocupação era de 75% nos dois meses.
A ocupação de leitos para covid-19 caiu de 61% em maio para 59% em junho, enquanto a taxa aumentou de 61% para 63% para os demais procedimentos de internação.
As demandas de reclamação registradas junto à ANS por consumidores tiveram um aumento em junho, superando a quantidade contabilizada em maio em 21,4%. Ainda assim, o total permaneceu abaixo do que era recebido mensalmente pela ANS entre o segundo semestre de 2019 e março de 2020.
Entre março e junho, a ANS recebeu 5.766 reclamações relacionadas à covid-19, sendo 40% sobre o tratamento ou exames para a doença e 40% sobre outras assistências afetadas pela pandemia. O restante das reclamações foi sobre temas não assistenciais, como contratos e regulamentos.
Em uma análise quinzenal, as reclamações sobre exames e tratamentos de covid-19 cresceram desde abril, saltando de 89 registros nos primeiros 15 dias daquele mês para 630 na segunda quinzena de junho. Do total de reclamações recebidas pela agência mês passado, 17,8% foram relacionadas ao novo coronavírus. Em maio, o percentual foi de 18,3% em relação ao total de demandas.
O estudo também traz dados sobre a situação econômico-financeira das operadoras de saúde. A inadimplência de planos com preço preestabelecido caiu tanto para os familiares quanto para os coletivos. No primeiro caso, a queda foi de 13% para 10%. Já no segundo, de 7% para 5%. Segundo a ANS, as quedas trouxeram a inadimplência de volta aos patamares históricos. Os dados de inadimplência levam em conta as informações de 102 operadoras.