O 2º boletim do monitoramento ambiental do coronavírus nos esgotos do Rio Grande do Sul apontou uma crescente presença do vírus nas amostras de água coletadas em Porto Alegre e em pontos de Novo Hamburgo e São Leopoldo.
“A evolução da positividade nas amostras na capital é coerente com a evolução da pandemia”, pontuou a chefe da Divisão de Vigilância Ambiental do Cevs, Aline Campos. O projeto é uma pesquisa do Cevs (Centro Estadual de Vigilância em Saúde), da SES (Secretaria da Saúde), em parceria com universidades e outras instituições relacionadas ao tema.
Neste momento, estão sendo analisadas amostras de água de estações de tratamento e bombeamento em Porto Alegre, Novo Hamburgo, Sapucaia do Sul, São Leopoldo e Campo Bom. De acordo com Aline, a ideia é tornar este um processo de vigilância ambiental de rotina, nos mesmos moldes como já funciona com a cólera.
“Resultados preliminares mostram que é possível detectar a presença do vírus primeiramente nas águas residuais domiciliares ou hospitalares, mesmo antes de aparecerem casos confirmados da covid-19 naquele local. Quando detectamos o vírus, sabemos que ele está circulando naquela região ou bairro”, explicou.
Em estudo realizado pela Fiocruz (Fundação Oswaldo Cruz), no Rio de Janeiro, não foi detectada a presença de vírus potencialmente infecciosos nas amostras.
Isso significa ser improvável que as pessoas se infectem com o coronavírus em contato com estas águas, levando em consideração que apenas 26% da população gaúcha possui acesso ao esgotamento urbano.
Aline, ressaltou, porém, que são necessários estudos mais amplos a fim de esclarecer melhor o comportamento e sobrevivência deste vírus no ambiente.