O Mapa (Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento) publicou uma portaria declarando estado de emergência fitossanitária nos estados do Rio Grande do Sul e Santa Catarina. O motivo é a nuvem de gafanhotos que atinge a Argentina. A regulamentação foi publicada nesta quinta-feira (25), no Diário Oficial da União e será válida por um ano.
Conforme o texto, fica autorizada a implementação do plano de supressão da praga Schistocerca cancellata (gafanhoto). O deslocamento da nuvem de gafanhotos é influenciado pela direção dos ventos e a ocorrência de altas temperaturas. A estimativa é que a revoada tenha cerca de 40 milhões de gafanhotos e tenha oito quilômetros de diâmetro.
A ministra Tereza Cristina, do Mapa, explicou que a medida é preventiva. “Essa portaria precisa acontecer antes do evento, se acontecer, para que algumas ações possam ser feitas pelos governos estaduais onde há possibilidade de essa nuvem chegar. Estamos monitorando, mas tudo indica que ela vai ficar mesmo no Uruguai por enquanto. Se o clima continuar favorecendo, ela nem chegará ao nosso território”, destacou.
Já o secretário da Agricultura, Pecuária e Desenvolvimento Rural, Covatti Filho, salientou o trabalho conjunto entre as esferas de poder para lidar com a ameaça. “Estamos trabalhando em consonância com o ministério para deixar o Estado preparado caso precise agir no controle da praga. São medidas que permitem agilizar nossas ações de defesa vegetal e controle”, ressalta.
Chuva deve afastar nuvem de gafanhotos
As condições de chuva e frio, previstas para os próximos dias, devem afastar os gafanhotos do Rio Grande do Sul. O meteorologista Flávio Varone, que atua Seapdr (Secretaria da Agricultura, Pecuária e Desenvolvimento Rural), analisou as condições climáticas do período atual para avaliar os riscos destes insetos chegarem ao Rio Grande do Sul.
“A aproximação de uma frente fria oriunda do sul vai intensificar os ventos de norte e noroeste, potencializando o deslocamento do massivo para a Fronteira Oeste, Missões e Médio e Alto Vale do Rio Uruguai. Contudo, a tendência de queda nas temperaturas e previsão de chuva para todo o Estado nesta quinta-feira tende a amenizar o risco de dispersão da praga”, detalha.
Conforme dados do Senasa (Serviço Nacional de Sanidade e Qualidade Agroalimentar da Argentina), os bichos estão a cerca de 150 quilômetros de distância do Rio Grande do Sul. A maior parte concentrada na província argentina de Corrientes.
Caso algum produtor identifique a presença destes insetos em grande quantidade, a orientação é informar a inspetoria de defesa agropecuária da sua localidade.