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Nelson Teich pede demissão do Ministério da Saúde

O Ministério da Saúde informou hoje (15) que o ministro Nelson Teich pediu exoneração do cargo na manhã desta sexta-feira (15). No comunicado, a pasta não esclarece o motivo da saída, mas informa que “uma coletiva de imprensa será marcada para esta tarde”.

O Brasil registrou 844 novas mortes em 24 horas na noite de quinta-feira, elevando o total para 13.993 e agora possui 202.918 casos, tornando-o o sexto país mais impactado do mundo, segundo dados da Universidade John Hopkins .

Teich assumiu o cargo há um mês, após a saída do ex-ministro da Saúde, Luiz Henrique Mandetta, em 16 de abril. Na segunda, foi informado pela imprensa de decisão do presidente de aumentar a lista de atividades essenciais. Bolsonaro colocou salões de beleza, academias e barbearias na lista, o que surpreendeu Teich.

Também foi enquadrado por Bolsonaro a ampliar o uso da cloroquina para pacientes com quadros leves da Covid-19. No entanto, não há qualquer evidência científica que o medicamento dê resultado positivo ou negativo no combate à doença.

“Olha só, todos os ministros, eu já sei qual é a pergunta, têm que estar afinados comigo. Todos os ministros são indicações políticas minhas e quando eu converso com os ministros eu quero eficácia na ponta. Nesse caso, não é gostar ou não do ministro Teich, é o que está acontecendo”, afirmou Bolsonaro na ocasião.

Nos últimos dias, o presidente e Teich tiveram desentendimentos sobre detalhes do plano com diretrizes para a saída do isolamento. O presidente defende uma flexibilização mais imediata e mais ampla.

Internamente, o governo estuda que a pasta seja assumida pelo secretário-executivo, general Eduardo Pazuello.

Teich é formado pela Uerj (Universidade do Estado do Rio de Janeiro) e tem mestrado em economia da Saúde pela Universidade de York, na Inglaterra. Ele chegou a ser cotado para assumir a Saúde logo após a eleição de Bolsonaro, em novembro de 2018, mas o lobby do DEM – partido de Onyx Lorenzoni (ministro da Cidadania, ex-Casa Civil), Ronaldo Caiado (governador de Goiás) e Mandetta – falou mais alto. Ele já foi sócio de Denizar Vianna, atual secretário de Ciência, Tecnologia e Insumos do Ministério da Saúde.

Fritura

Teich é o segundo ministro da Saúde a ser “fritado” até deixar a pasta. Ele chegou a ser chamado de “comunista” por se adequar ao discurso de Bolsonaro.

O prmeiro foi Mandetta. Ele o presidente Jair Bolsonaro divergiam sobre os caminhos para o combate à pandemia do novo coronavírus no país, como as medidas de isolamento social e o uso da hidroxicloroquina no tratamento de pacientes.