Cotidiano

Cerca de 5,8 mil brasileiros continuam retidos no exterior

O Ministério das Relações Exteriores (MRE) está atuando para repatriar cerca de 5,8 mil brasileiros que seguem retidos no exterior em meio ao fechamento de fronteiras adotado por dezenas de países, por causa da pandemia do novo coronavírus. A informação é do chanceler Ernesto Araújo, que participou de coletiva de imprensa no Palácio do Planalto, nesta quarta-feira (1º), para atualizar as ações do governo federal na crise. Segundo ele, nas últimas semanas, já retornaram ao país cerca de 10 mil pessoas.

“Nós identificamos quase 16 mil brasileiros no exterior nessas dificuldades. Desses, já conseguimos ajudar na repatriação de cerca de 10 mil e calculamos hoje que ainda há 5,8 mil brasileiros com dificuldades de retornar ao Brasil. Estamos dedicados para que todos eles possam voltar em segurança para o Brasil”, afirmou.

A maior parte dos resgates foi feita em voos comerciais, principalmente de companhias aéreas nacionais, mas, com o cancelamento de voos e de rotas comerciais, além do fechamento do espaço aéreo de diversos países, o Itamaraty tem contratado voos charter (fretados) para repatriar brasileiros no exterior. Ontem (31), por exemplo, desembarcaram no país cerca de 150 brasileiros, vindos do Equador, incluindo integrantes da equipe brasileira paralímpica de natação. Hoje, está prevista chegada de um outro voo fretado, oriundo do Peru, com mais 160 brasileiros.

O país que ainda concentra um grande contingente de brasileiros retidos, de acordo com Ernesto Araújo, é Portugal, de onde já foram resgatadas 6 mil pessoas. “Calculamos que ainda há hoje um pouco mais 1,5 mil em situação difícil. Ainda há voos comerciais programados nesses próximos três dias que devem trazer praticamente todos esses brasileiros e, se não conseguirem trazer todos, nós providenciaremos que os demais possam regressar”, informou.

Segundo o ministro, citando alguns exemplos, há cerca de 50 brasileiros retidos na Colômbia e um grupo de 300 pessoas que está sendo repatriado da África do Sul. Nova Zelândia e Austrália também concentram centenas de brasileiros que ainda não conseguiram voltar ao país. Em todos estes casos, o Itamaraty também deve recorrer a voos charter para fazer a repatriação. Ernesto Araújo disse ainda que os consultados e embaixadas do país no exterior estão mobilizados para atender e trabalhando no mapeamento dos brasileiros retidos e que precisam voltar, e pediu para que as pessoas entrem em contato com o serviço diplomático, pelos canais oficiais, para as providências de regresso ao Brasil.