Especialista dá dicas para organização da rotina de filhos na quarentena

No intuito de evitar a proliferação do novo coronavírus, escolas por todo o mundo tiveram que suspender suas atividades presenciais. Neste momento de isolamento social, é essencial mostrar para as crianças que a rotina de estudo precisa continuar em casa, para que não se perca tudo que foi abordado no primeiro bimestre do ano letivo.

A professora do curso de Pedagogia da Faculdade Inedi – Cesuca, de Cachoeirinha, Gabriele Bonotto Silva, relata que muitas escolas estão trabalhando com estudos domiciliares, com envio de atividades, vídeos e leituras por meio de plataformas virtuais. Outra estratégia é a revisão dos conteúdos já abordados, leituras complementares, atividades interativas e jogos online.

Para as atividades mais lúdicas, plataformas on-line podem ser úteis como os podcasts, serviços de streaming, cursos online, aplicativos para aprender novos idiomas, aplicativos que estimulam as atividades físicas em casa, visitas virtuais para museus, edição de fotos e vídeos, entre outros.

Conforme Gabriele, é preciso ter bom senso e cuidados para não exceder o uso dos eletrônicos. “O limite do uso de eletrônicos dependerá da faixa etária da criança. A família precisa observar o momento de permitir o uso de celulares e tablets. Por esse motivo, a rotina é importante, delimitar meia hora ou uma hora de eletrônicos por dia ajudará a criança a se organizar, observando, é claro a idade. É essencial agir com parcimônia”, observa a docente. Também é importante que esse período não seja ininterrupto. As crianças precisam ser estimuladas a brincar com outras coisas e também a alimentar-se corretamente.

Uma outra situação que a professora pontua é o trabalho home office de alguns pais, que pode ser uma vantagem para as crianças atualmente. É muito importante que as famílias se organizem para contemplar as atividades de trabalho com o vínculo com as crianças. “Enquanto as crianças realizam as atividades escolares, os pais trabalham remotamente. Para as crianças, é preciso que fique claro qual o horário em que os pais estarão trabalhando e qual estarão disponíveis para atividades de lazer. Organizar a rotina, fazer as combinações com as crianças e escolher as atividades divertidas que farão desse período de isolamento mais tranquilo e acolhedor”, aconselha a professora.

Se por algum motivo não acontecer as atividades escolares em casa, as próprias crianças passam a estabelecer outros hábitos, igual as férias. Desta forma, a criança terá dificuldades de reajustar-se a escola quando este período acabar. Se não sistematizar o que aprendeu enquanto estavam presentes na sala de aula, as crianças não vão consolidar as mesmas, precisando retomar todos os objetivos de conhecimento quando as aulas voltarem. Também não estarão exercitando a atenção, memória, linguagem, responsabilidade e autonomia, que são essenciais para o desenvolvimento cognitivo do jovem.

Além das tarefas escolares, as crianças podem aproveitar este período domiciliar com outras ações para se divertir como a leitura, assistir livros e documentários de acordo com sua faixa etária, jogos em família ou chamadas virtuais com os amigos e usar a criatividade com materiais não estruturados para inovar os brinquedos.

Confira algumas dicas