A partir de amanhã (25), a vacinação de idosos contra a Influenza no estado do Rio de Janeiro será feita de acordo com faixas de idade. A Secretaria de Estado de Saúde (SES) orientou às secretarias municipais que sigam um cronograma de datas para atender este público-alvo.
Com isso, até o dia 28 de março, os 92 municípios fluminenses devem fazer a imunização em pessoas com 80 anos ou mais; entre o dia 30 de março e 3 de abril, são os idosos com idades entre 70 e 79 anos; e, de 6 a 14 de abril, os que tenham entre 60 e 69 anos. A partir do dia 15, a imunização voltará a ser feita em todos os cidadãos com 60 anos ou mais.
Na primeira faixa a expectativa da SES é vacinar quase 309 mil pessoas. Na segunda são mais de 654 mil e a maior parte será na terceira etapa, com mais de 1 milhão de imunizados.
Além de idosos, esta primeira fase da Campanha Nacional de Vacinação também contempla profissionais de saúde e pessoas em situação de rua, que já podem procurar os postos. A entrega de vacinas aos estados é do Ministério da Saúde; aos estados, por sua vez, compete distribuir aos municípios. De acordo com a SES, a vacina é composta por vírus inativado. Ela é trivalente, protegendo contra os três vírus que mais circularam no hemisfério sul em 2019: Influenza A (H1N1), Influenza B e Influenza A (H3N2).
Mudança de estratégia
O secretário de Estado de Saúde, Edmar Santos, informou que por causa do novo coronavírus, desde ontem, quando começou a vacinação deste público, houve uma corrida muito grande aos postos de saúde. A estratégia adotada agora é para preservar a população, que não deve se aglomerar enquanto espera para ser vacinada.
O médico sanitarista da SES, Alexandre Chieppe, observou que os locais de vacinação devem ser abertos e arejados. Além disso, deve ser evitada a aglomeração e as pessoas precisam manter um espaço de pelo menos 1,5 metro entre elas.
Aglomeração
Chieppe disse que ao contrário de anos anteriores, houve muita aglomeração nesses dois primeiros dias de vacinação e isso é exatamente o que a secretaria não quer neste momento. “Temos vacina para todo mundo, mas, ao mesmo tempo, haverá maior racionalidade na distribuição das pessoas para que não tenham muita gente no começo da campanha e pouca na fase final, e, consequentemente, expondo essas pessoas a um maior risco de transmissão de doenças respiratórias, entre elas a do coronavírus”, disse em entrevista à Agência Brasil.
A recomendação é para as secretarias municipais de Saúde que são as que realizam a vacinação. Segundo o médico há uma independência dos poderes, inclusive na área de saúde, cabe a secretaria estadual a normatização técnica do processo de vacinação e às municipais se adequarem às recomendações. “O apelo maior não é para as secretarias municipais de saúde, que certamente vão seguir a recomendação, mas para que a população se sensibilize para a necessidade de evitar aglomerações com a garantia de que tem vacina para todo mundo”, afirmou.
Estoques
Chieppe informou que a distribuição das doses está sendo feita para as pastas municipais com uma reserva estratégica para suprir locais que eventualmente tenham maior procura. O médico acrescentou que a quantidade de vacinas encaminhada pelo Ministério da Saúde é justa à necessidade do estado, por isso, ele apelou mais uma vez que as pessoas respeitem o cronograma de imunização dos idosos para evitar que algum posto possa ficar sem as doses.
Vacina necessária
O sanitarista alertou que, apesar da recomendação de que idosos não saiam de casa, eles precisam fazer a imunização. Segundo ele, as secretarias municipais foram orientadas, na medida do possível fazer o atendimento aos idosos em casa, mas no caso de não terem condição, devem ser procurados os postos de menor demanda.
“As pessoas que estão com medo de sair de casa, que procurem os locais e horários de menor aglomeração de pessoas. Hoje eu acompanhei alguns locais de vacinação que tinham filas muito grandes, mas estavam sendo respeitado o espaçamento entre uma pessoa e outra na fila. Isso foi muito interessante. As pessoas devem se vacinar respeitando os cuidados de evitar aglomerações, contatos muito próximos com outras pessoas neste momento de transmissão de coronavírus” recomendou.
Casos no estado
Em 2020, o estado do Rio de Janeiro registrou 121 casos de influenza/SRAG (Síndrome Respiratória Aguda Grave) e 3 casos de H1N1, sem registro de óbito. No ano passado, foram 2.432 casos de influenza/SRAG e 168 casos de H1N1, com 62 óbitos. “A vacinação contra a gripe é extremamente importante. A gripe é uma das causas mais relevantes de casos graves e, consequentemente, de óbitos por infecção respiratória aqui no Brasil e a gente tem uma vacina muito potente e eficaz. Ela não protege contra o coronavírus, mas protege contra uma doença que tem sintomas muito semelhantes e que também pode causar muitas complicações”, apontou.
Sintomas
Os sintomas da gripe são febre, dor no corpo, e tosse seca. Normalmente, tem evolução por tempo limitado, durando de um a quatro dias, mas pode se apresentar forma grave, podendo levar a óbito.
Na cidade do Rio de Janeiro, a vacina está disponível, de segunda a sexta-feira, das 8h às 17h, nas 233 unidades de Atenção Primária, que são as clínicas da família e os centros municipais de saúde. O público também é atendido no carro, em cinco postos do Detran, em sistema drive-thru. A Secretaria Municipal de Saúde (SMS) convidou médicos e enfermeiros da cidade para retirada gratuita das doses nos 28 postos da vigilância em saúde. Elas podem ser oferecidas a parentes, vizinhos e pacientes desses profissionais.
Segunda fase
A Campanha Nacional de Vacinação vai até 22 de maio. A próxima etapa começa no dia 16 de abril e a vacina estará disponível para professores das escolas públicas e privadas; profissionais das forças de segurança e salvamento e portadores de doenças crônicas.
No dia 9 de maio, será o dia D de mobilização nacional e também o começo da terceira fase da campanha. Serão imunizados crianças de seis meses a 5 anos, 11 meses e 29 dias; gestantes e mulheres até 45 dias após o parto; população privada de liberdade e funcionários do sistema prisional; indígenas; adultos de 55 a 59 anos e pessoas com deficiência.