O governo federal vai disponibilizar 150 leitos para atender a doentes de coronavírus, sendo 24 delas de CTIs. A informação foi divulgada nesta segunda-feira (16) pelo representante do Ministério da Saúde no Rio, Marcelo Lamberti. Ele participou de uma reunião com diretores de hospitais no Conselho Regional de Medicina do Rio de Janeiro (Cremerj).
Segundo Lamberti, os leitos serão abertos no Hospital Federal de Bonsucesso (HFB), em um bloco que está sendo remodelado especialmente para atender aos pacientes. Se a situação no estado se agravar, o número poderá se elevar a 200 leitos.
“Nós colocaremos o Bloco 1 do HFB. Os pacientes [que lá estão] receberão alta e serão deslocados gradativamente e o prédio será reformado, para que possamos acomodar, em caso de necessidade, os pacientes infectados de Covid. Este bloco já tem um setor de imagem e coleta. As vagas ficarão à disposição da Secretaria de Saúde do Rio de Janeiro, que é o sistema regulador”, disse.
Lamberti também anunciou que o Ministério da Saúde no estado está convocando 3.996 funcionários que estão cedidos a outros órgãos e municípios, incluindo 630 médicos. Será feita uma triagem, para ver quem tem condições de vir trabalhar no Rio, atuando diretamente no combate à epidemia. Fora isso, o governo federal está contratando 5 mil médicos por meio do programa Médicos para o Brasil para dar o suporte necessário ao atendimento aos doentes.
O presidente do Cremerj, Sylvio Provenzano, disse que boa parte das vítimas, em outros países onde o Covid-19 chegou mais cedo, foi na categoria dos profissionais em saúde, que precisam ter equipamentos de proteção individual (EPI) adequados para preservarem sua própria saúde.
“Não dá para brincar com falta de segurança. Hoje na Europa uma parcela que está adoentada é a dos médicos e dos enfermeiros. Porque há 15 dias estavam cuidando dos pacientes e hoje estão ficando gravemente enfermos. Não queremos que isto se repita na nossa cidade”, disse o presidente do Cremerj.
Outro problema levantado na reunião com os diretores de hospitais é a falta de médicos intensivistas, caso a epidemia se alastre pelo estado. Por isso, segundo Provezano, a única alternativa é a população se conscientizar do perigo da doença e evitar ao máximo o contato com outras pessoas, ficando em casa nos próximos dias. Se a doença repetir no Brasil o padrão italiano, por exemplo, o sistema de saúde poderá entrar em colapso.