Cotidiano

Exames identificam bactérias que causaram duas mortes em Santa Maria

Exames preliminares realizados pela Fiocruz (Fundação Osvaldo Cruz) identificaram as bactérias responsáveis pela infecção que causou a morte de duas crianças (de 4 e 5 anos) em Santa Maria no final do ano passado. O governo do Rio Grande do Sul comunicou nesta quarta-feira (15).

Os resultados laboratoriais apontaram os dois agentes bacterianos envolvidos no surto: Campylobacter jejuni e Escherichia coli O157.

A investigação do surto continua para que seja possível identificar a fonte de infecção. Amostras estão sendo analisadas pelo Laboratório Central de Saúde Pública e pelo Laboratório de Referência Nacional em Enterobactérias da Fiocruz. É a primeira vez que o Estado registra um surto desta natureza.

No total, foram identificados 41 casos e seis internações (incluindo as duas crianças). O último caso registrado teve início de sintomas em 8 de janeiro, e o surto será monitorado por 30 dias até que não se registrem casos novos.

Novos casos suspeitos devem ser notificados imediatamente ao plantão do serviço de vigilância epidemiológica do município por meio dos telefones (55) 3921-7154 e (55) 99167-4185 ou ao Disque Vigilância 150 da SES.

Sintomas

A infecção por Campylobacter em humanos pode manifestar-se de várias formas, sendo a gastroenterite a mais comum.

Os sintomas são diarreia (profusa, aquosa e, em alguns casos, com sangue), vômito, náusea, dores abdominais e febre. Como complicações da doença, podem ocorrer endocardite, artrite séptica, meningite e Síndrome de Guillain-Barré. O período de incubação varia normalmente de dois a cinco dias.

Os casos de infecção são usualmente esporádicos, ocorrendo nos meses de verão e no início do outono, causados pela ingestão de alimentos cozidos e manipulados inapropriadamente, com maior incidência relacionada ao consumo de frangos.

A E. coli O157 tem como sintomas gastroenterite, colite hemorrágica e Síndrome Hemolítica Urêmica. Costumam aparecer em média até quatro dias após a ingestão de alimentos ou água contaminados.

Cerca de 12% a 30% das pessoas infectadas podem evoluir para insuficiência renal e comprometimento sistêmico. A transmissão ocorre por via fecal oral e através do ambiente, alimentos, solo e água contaminados.