A redução dos juros básicos da economia, a taxa Selic, para 4,5% ao ano foi acertada, mas a queda dos juros precisa chegar a todo o mercado. A avaliação é da Confederação Nacional da Indústria (CNI), que elogiou a queda da Selic ao menor nível da história.
Segundo a entidade, a redução da taxa diminui o custo da dívida pública e mantém o país no caminho para taxas compatíveis com os padrões internacionais. No entanto, a confederação pediu ações para transferir a queda da Selic para os juros pagos pelas empresas e pelas famílias ao contraírem operações de crédito.
“É necessário avançar com mais celeridade na microeconomia das taxas de juros para promover a redução dos spreads e do custo de capital para as empresas”, destacou o presidente da CNI, Robson Braga de Andrade em comunicado.
A taxa Selic representa o principal instrumento do Banco Central para controlar a inflação. Segundo a CNI, a inflação segue comportada e encerrará 2019 abaixo de 4%, enquanto o centro da meta para este ano corresponde a 4,25%. A entidade ressaltou que a expectativa para 2020 também é positiva, principalmente com o avanço das reformas estruturais da economia.
“Os avanços significativos da agenda de políticas públicas e medidas visando a estabilidade macroeconômica do País, principalmente no campo fiscal, permitem a manutenção da Selic em patamares reduzidos”, avaliou Andrade.
Firjan
Para a Federação das Indústrias do Rio de Janeiro (Firjan) a decisão do Copom vai na direção correta, estimulando o crescimento da atividade econômica. De acordo com a entidade, “com efeito, a ainda elevada capacidade ociosa da economia e um ambiente externo de redução dos juros mitigam as pressões sobre a inflação e suas expectativas, que se encontram abaixo das metas estabelecidas”.
A Firjan entende que o atual cenário econômico e a melhora do ambiente fiscal, com o avanço de reformas como a da Previdência, “abrem espaço para novas reduções.”
Na nota, a federação ressalta a importância dar continuidade às reformas, em especial a inclusão de estados e municípios na reforma previdenciária. “A concretização de medidas com foco no equilíbrio fiscal e a permanente atuação responsável e transparente do Banco Central são fundamentais para a ancoragem das expectativas de inflação e a retomada sustentável do crescimento”, explicou.
Fiesp
Segundo a Federação das Indústrias de São Paulo (Fiesp), a expectativa com a redução é muito positiva. “São excelentes notícias, pois finalmente teremos um ambiente de negócios favorável ao avanço dos investimentos, da geração de empregos e da renda, o que possibilitará maior velocidade da recuperação econômica no ano. É a maior mudança estrutural na economia desde o controle da inflação.”
No entanto, a federação destacou que o Banco Central precisa adotar outras medidas para acelerar o que chamou de “agenda de mudanças”. “O corte da Selic é passo na direção certa. Se for acompanhado de medidas que aumentem a concorrência bancária e diminuam os juros ao tomador final, não tenho dúvidas de que teremos potencial de crescer em torno de 3% já no próximo ano.”
FecomercioSP
A assessoria econômica da Federação do Comércio de SP (FecomercioSP) afirmou que “diminuir a Selic é fundamental para dar sequência ao crescimento econômico do país, uma vez que reduz o custo da dívida pública e atrai investimentos tanto internos quanto externos, o que gera emprego e renda.” Segundo a federação, com a queda no índice, consumidores e empresários vão encontrar melhores opções de crédito, com prazo mais longos e taxas mais baixas, o que deve aumentar o consumo.
Matéria ampliada às 19h16