Corpos estáticos, corpos que volteiam, ocupam e também enunciam. O fio que reunirá, em 2020, as atividades do Museu de Arte de São Paulo Assis Chateaubriand (Masp) é esse: o da dança.
O ano começa com uma exposição individual de Hélio Oiticica, que criou o Parangolé, considerado um corolário de expressões culturais que se manifestam em camadas de tecidos e despontam à medida que se dança. Frequentemente, a peça carrega em si mensagens bastante claras, contendo bandeiras ou proposições poéticas.
A monográfica do artista fluminense começa no dia 20 de março. Para o mesmo dia está marcada a abertura da primeira exposição brasileira dedicada integralmente à obra de Trisha Brown. A mostra apresentará ao público fotografias, diagramas, vídeos e desenhos sobre a trajetória da norte-americana, que faleceu em 2017 somando mais de 100 coreografias e seis óperas.
De maio a agosto, é a vez da multiartista Senga Nengudi, que ganhou distinção na cena afro-americana de Los Angeles, nos anos 1970. Em seu trabalho, se fazem presentes temáticas como segregação racial e igualdade de gênero.
No final de junho, o subsolo do Masp recebe a exposição coletiva Histórias da dança, que lança luz à política produzida por corpos em movimento. Completam a programação os franceses Mathilde Rosier e Edgar Degas e a brasileira Beatriz Milhazes, que ganham mostras individuais em em agosto, outubro e dezembro, respectivamente. Segundo a curadora assistente dessa exposição, Olivia Ardui, a intenção é investigar “que corpos são esses e o que os move”.
De 1º de abril a 30 de dezembro, também serão exibidas cerca de vinte obras do Museo Jumex, instituição museológica da Cidade do México. O conjunto de obras, que inclui algumas assinadas por Andy Warhol e Laura Owens, será exibido no Acervo em transformação.