Com cinco anos de antecedência, o governo de Angola pagou, integralmente, os US$ 589 milhões da dívida que ainda tinha com o governo brasileiro. De 2005 a 2017, o país africano contraiu financiamentos do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) e com o Tesouro Nacional, que chegaram a somar US$ 5 bilhões em anos recentes.
Em nota, o Ministério da Economia informou que o saldo devedor foi integralmente quitado na última terça-feira (3). Ao todo, Brasil e Angola assinaram seis memorandos de entendimento para financiar exportações brasileiras. Em troca, o governo angolano dava os recursos de petróleo como contragarantias.
Por meio da linha de crédito Financiamento de Máquinas e Equipamentos (Finame), o BNDES financiou 84 operações em Angola, que somaram US$ 4,4 bilhões. Os financiamentos foram garantidos pela União, por meio do Seguro de Crédito à Exportação, que seria acionado caso o país africano não conseguisse pagar a dívida.
O Tesouro Nacional destinou US$ 628,5 milhões da linha do Programa de Financiamento às Exportações (Proex) para 37 operações em Angola. Operado pelo Banco do Brasil, o Proex permite que o exportador brasileiro receba à vista o valor da venda externa, enquanto o importador paga a compra num prazo maior.
O saldo devedor quitado pelo governo angolano chega a US$ 581 milhões para as operações do BNDES e a US$ 8,3 milhões para as operações do Proex. A dívida só venceria em 2024.