Procurador da Zelotes irá oferecer denúncia contra empresas em setembro

O procurador Frederico Paiva disse que CPI e Ministério Público Federal vão trabalhar em uma via de mão dupla nas investigações sobre irregularidades no Carf. Foto: Marcelo Camargo/Agência Brasil
O procurador Frederico Paiva, responsável pela Operação Zelotes no MPF. Foto: Marcelo Camargo/Agência Brasil

Em entrevista concedida ao programa “Esfera Pública”, da Rádio Guaíba, o procurador da República Frederico Paiva garantiu ter provas suficientes para provar que várias empresas manipularam resultados de julgamentos do Carf (Conselho Administrativo de Recursos Fiscais) para reduzir ou anular débitos com a Receita Federal.
“As denúncias do MPF [Ministério Público Federal] virão com elementos sólidos, fartos e com provas cabais de corrupção”, afirmou à rádio, sem dizer – no entanto – o nome das empresas que serão denunciadas ao ministério no mês de setembro. O prejuízo estimado aos cofres da União é de 19 bilhões de reais, valor que foi “economizado” pelas empresas envolvidas.
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O procurador espera reaver, pelo menos por enquanto, apenas R$ 5 bilhões, relativos a impostos que deixaram de ser pagos à Receita Federal. Entre as empresas investigadas estão os grupos Gerdau e RBS e a Marcopolo.
O início da operação
A Operação Zelotes foi deflagrada em março deste ano para desarticular organizações que atuavam no Carf (Conselho Administrativo de Recursos Fiscais), manipulando o trâmite de processos e o resultado de julgamentos.
As investigações começaram em 2013, quando foi descoberta uma organização que “atuava no interior do órgão, patrocinando interesses privados, buscando influenciar e corromper conselheiros com o objetivo de conseguir a anulação ou diminuir os valores dos autos de infrações da Receita Federal”. As investigações identificaram que, em diversas ocasiões, foi constatado tráfico de influência no convencimento de empresas devedoras ao Fisco.