Os ministros das Relações Exteriores do Mercosul estão reunidos na tarde de hoje (4), em Bento Gonçalves, no Rio Grande do Sul, em encontro preparatório para a 55ª Cúpula de Chefes de Estado do Mercosul e Estados Associados, que ocorre amanhã (5), na mesma cidade. Também estão previstos encontros de ministros da Economia e presidentes dos bancos centrais dos países integrantes do bloco.
O encontro desta quarta-feira faz parte da 55ª Reunião Ordinária do Conselho do Mercado Comum (CMC), em nível ministerial, e deve ser encerrado à noite com uma declaração do chanceler Ernesto Araújo.
A Cúpula do Vale dos Vinhedos encerra a presidência semestral brasileira do Mercosul. Durante a cúpula, a presidência pro-tempore será transferida para o Paraguai. Durante a presidência brasileira, o Mercosul reafirmou seu pleno compromisso com os valores democráticos e reforçou sua “vocação original para o regionalismo aberto [para outros blocos econômicos] e buscou adotar um enfoque pragmático, com resultados concretos para os cidadãos”, segundo o secretário de Negociações Bilaterais e Regionais nas Américas, embaixador Pedro Miguel da Costa e Silva.
“A realização dessa cúpula é um orgulho, já que durante a presidência brasileira o Mercosul refletiu uma agenda de abertura, de defesa da democracia”, disse. Segundo Costa e Silva, o Mercosul hoje é um “espelho do trabalho que o Brasil está fazendo internamente”.
Ao fazer um balanço das realizações alcançadas durante o período em que o Brasil ficou à frente da presidência pró-tempore do bloco, o embaixador destacou a finalização, em agosto, do acordo com a União Europeia e também com a Associação Europeia de Livre Comércio (EFTA), integrada por Suíça, Noruega, Islândia e Liechtenstein. O embaixador disse que a intensa agenda externa também incluiu tratativas com Canadá, Singapura, Líbano e Coreia do Sul, diálogos com Vietnã e Indonésia e, no plano regional, com Colômbia e a Aliança do Pacífico.
Tarifa Externa Comum
Na vertente econômico-comercial, os trabalhos no semestre abrangeram temas como Tarifa Externa Comum (TEC), facilitação de comércio, indicações geográficas, serviços financeiros, regulamentos técnicos, agenda digital e participação do setor privado.
O embaixador disse que o Mercosul avançou, igualmente, em matéria de cooperação fronteiriça, defesa do consumidor e segurança alimentar e nutricional. No plano institucional, a presidência brasileira deu continuidade aos esforços de enxugamento do Mercosul, com redução de custos e de burocracia.
Amanhã (5), durante a cúpula, haverá declarações presidenciais sobre desenvolvimento sustentável, turismo e combate a ilícitos transnacionais e à corrupção.
Em 2018, o Brasil exportou US$ 20,83 bilhões para o Mercosul e importou US$ 13,37 bilhões, com um superávit de US$ 7,46 bilhões.