Com o resultado de novembro, a balança comercial acumula superávit de US$ 41,079 bilhões em 2019. É o superávit mais baixo para o período de janeiro a novembro desde 2015. No mês passado, as exportações caíram 16% pela média diária, atingindo US$ 17,596 bilhões. As importações encerraram novembro em US$ 14,169 bilhões, também com recuo de 16% pela média diária.
Segundo a Secretaria de Comércio Exterior do Ministério da Economia, o principal fator responsável pela retração das vendas externas foi a não exportação de uma plataforma de petróleo no valor de US$ 1,6 bilhão ocorrida em novembro do ano passado que não se repetiu neste ano. Em seguida, o saldo foi influenciado pela queda nas cotações internacionais e no volume das exportações de petróleo bruto, cujas vendas caíram US$ 961 milhões em novembro na comparação com o mesmo mês do ano passado.
As vendas de minério de ferro aglomerado caíram US$ 293 milhões influenciadas pelo recuo no volume exportado desde o rompimento da barragem de Brumadinho (MG), que levou à interrupção na atividade em outras minas da Vale. Também contribuiu para a queda nas exportações a redução de US$ 109 milhões nas vendas de café torrado e a diminuição de US$ 92 milhões nos embarques de pasta química de madeira, provocada pela desaceleração da economia chinesa.
O crescimento nas exportações de carne bovina congelada (+US$ 254 milhões), de minério de ferro não concentrado (+US$ 204 milhões), de aviões (+US$ 181 milhões) e de suco de laranja (US$ 153 milhões) não compensou a queda nos embarques de outros produtos.
Todas as categorias de produtos registraram queda nas exportações. As vendas de bens manufaturados caíram 25,6% em novembro na comparação com o mesmo mês do ano passado. As vendas de produtos semimanufaturados caíram 9,2%. Para os produtos básicos, a queda nas exportações atingiu 9,5%.
Nas importações, as compras de bens de capital – máquinas e equipamentos usados na produção – caíram 54,2% em novembro em relação ao mesmo mês do ano passado. As aquisições de bens intermediários caíram 9,7%. No entanto, por causa da alta do dólar, as compras de combustíveis e de lubrificantes subiram 16,4%. As importações de bens de consumo ficaram praticamente estáveis, com pequena alta de 0,3%.
Depois de o saldo da balança comercial ter encerrado 2018 em US$ 58,959 bilhões, o segundo maior resultado positivo da história, o mercado estima menor superávit em 2019, motivado principalmente pela recuperação da economia, que reativa o consumo e as importações, e pelas tensões comerciais entre países desenvolvidos, que reduz o comércio global.
Segundo o boletim Focus, pesquisa semanal com instituições financeiras divulgada pelo Banco Central, os analistas de mercado preveem superávit comercial de US$ 43,5 bilhões para este ano. O Ministério da Economia tem estimativas mais pessimistas. No início de outubro, a pasta revisou para baixo a projeção de superávit em 2019, de US$ 56,1 bilhões para US$ 41,8 bilhões.