As vagas de estágio e aprendizagem tiveram aumento de 3,7% entre janeiro e outubro de 2019 ante o mesmo período do ano passado, com a abertura 343 mil vagas, de acordo com dados divulgados hoje (27) pelo Centro Integração Empresa-Escola (CIEE). Atualmente são atendidos pela entidade 310 mil estagiários e aprendizes em 20 estados do país. O tempo para preenchimento das vagas foi de 12 dias para os aprendizes e 10 a 14 dias para os estagiários.
As expectativas são as de que o CIEE feche o ano com crescimento de 15 mil vagas, o que corresponde a um aumento de 4%. Para o ano de 2020 a estimativa é a de que só no primeiro trimestre estejam abertas 85 mil vagas para aprendizes e estagiários.
Considerando todos os segmentos de contratação (público e privado) as vagas mais procuradas para estágio entre os estudantes de nível superior foram para os cursos de Direito, seguidas de Pedagogia, Administração, Ciências Contábeis, Engenharia Civil e Ciências da Computação. Já para os estudantes de nível técnico a lista é liderada pelo curso de Administração, Enfermagem, Informática, Segurança do Trabalho e Eletrotécnica.
Segundo o superintendente nacional de operações do CIEE, Marcelo Gallo, é preciso que o estudante fique atento no período de férias, que, ao contrário do que se pensa, é um dos momentos em que as buscas por estagiários são mais intensas. “Esse é um período bastante interessante para quem está procurando sua inserção no mercado de trabalho. Um recado que deixamos é que o estudante não deixe de nos procurar nesse período, porque este é um momento em que ofertamos vagas novas, de reposição, de empresas que efetivaram seus estagiários”.
O superintendente geral do CIEE, Humberto Casagrande Neto, considerou que o ano de 2019 foi bom para a contratação de estagiários e aprendizes. “Tivemos um crescimento e estamos otimistas para o ano que vem, porque a economia dá sinais de reação. No campo dos aprendizes nosso objetivo é fazer crescer o cumprimento da lei. Hoje deveríamos ter em torno de 1 milhão de aprendizes e temos só 500 mil. Ou seja 50% das empresas cumprem a lei”, disse.
Mesmo assim, Casagrande considera que a Lei da Aprendizagem é adequada, porém poderia ser melhorada com a implantação de algumas medidas administrativas, que elevariam esse índice a 75% de adesão das empresas. “É uma lei que tem 20 anos de atuação, acumulou uma experiência muito grande, e é muito efetiva, apostando na formação de cidadãos que vão aprender o trabalho de forma mais profunda dentro da empresa. Apostamos muito no mercado da aprendizagem, porque entendemos que esse pode ser um grande caminho para tratar o tema”.
A Lei da Aprendizagem, sancionada em 2000, determina que uma cota entre 5% e 15% das vagas das companhias consideradas de médio e grande porte sejam destinadas para jovens entre 14 a 24 anos incompletos, desde que seja estudante dos ensinos fundamental, médio, técnico ou formado.
Segundo Casagrande, medidas como a permissão do trabalho nos finais de semana que melhorariam o equilíbrio do tempo entre atividade prática e teórica e a exigência de que fornecedores do serviço público cumpram a lei e contratem aprendizes, já foram levadas ao governo e a entidade espera uma resposta. Para ele, o importante é tornar a contratação de aprendizes interessante para as empresas.
“Estamos mostrando para as empresas que isso não é uma obrigação, mas é um instrumento de recursos humanos importante para a empresa. Essas medidas vêm nessa direção. Nós vamos resolver o problema do emprego dos jovens moldando essas pessoas com a necessidade das empresas e da economia”.
Com relação ao estágio, Casagrande avaliou que a situação é semelhante, com as empresas cada vez mais interessadas em contratar jovens, porque isso as ajuda a falar a linguagem, a entenderem o estilo de vida, o comportamento e o modo de enxergar o mundo desse público, que é seu novo consumidor. “Nos estágios trabalhamos com o setor público e privado, formando esse exército de estagiários com destaque para o curso de direito que tem 50 mil estagiários cadastrados”, pontuou.