André Carús (MDB) anunciou, na manhã desta quarta-feira (23), a renúncia ao cargo de vereador de Porto Alegre. Ele também deixou o cargo de presidente do diretório municipal do MDB. Carús é suspeito de coagir assessores para que eles tirassem empréstimos consignados e entregassem o dinheiro para o vereador.
O anúncio das renúncias foram feitas durante coletiva de imprensa concedida na manhã desta quarta. O agora ex-vereador disse ter “vergonha na cara” e que “não tem mais condições de exercer o mandato”. Em seu discurso, no entanto, disse que buscará provar sua inocência.
“É com a consciência tranquila de um inocente, que renuncio ao mandato, para ter a possibilidade de reconstruir a minha vida. Sendo um réu cautelar, eu não posso nem trabalhar. A renúncia é um recomeço”, declarou.
Carús anunciou que vai deixar a vida pública e voltará a exercer a advocacia. Ele estava licenciado do cargo de vereador desde o dia 2 de outubro. O vereador suplente Delegado Cleiton (PDT) tomou posse no lugar após a vacância do cargo.
No dia 10, quando recebeu liberdade provisória, Carús foi mantido afastado das funções. Ele não poderia sequer ingressar na Câmara de Vereadores.
Operação Argentários
Conforme a Polícia Civil, a ação, que foi denominada de Argentários, foi resultado de denúncias feitas contra o vereador. Além de Carús, seis pessoas foram presas. Dentre elas três assessores do gabinete e outros três gerentes de uma financeira.
De acordo com as denúncias, assessores estariam sendo obrigados a tirarem empréstimos consignados e entregar o dinheiro para Carús. O intuito seria saldar “dívidas pessoais alegadamente contraídas pelo agente político”. O vereador sempre negou as acusações.
Carús foi eleito em 2016 para seu primeiro mandato de vereador. Ele já havia sido diretor-geral do DMLU (Departamento Municipal de Limpeza Urbana) por três anos na gestão de José Fortunati (à época no PDT).
Em agosto, o vereador havia sido escolhido como presidente do diretório porto-alegrense do MDB. O mandato era válido até 2021.