O ministro da Defesa, Fernando Azevedo e Silva, sobrevoou hoje (3) algumas das áreas da região amazônica onde, desde o fim de agosto, militares, brigadistas e servidores de outros órgãos públicos lutam contra os focos de incêndio que atingem a Amazônia Legal (região composta pelos estados do Acre, Amapá, Amazonas, Maranhão, Mato Grosso, Pará, Rondônia, Roraima e Tocantins).
Após sobrevoar localidades do sul do Pará e do noroeste do Tocantins, o ministro disse ter observado um menor número de focos de incêndios – fato que ele atribuiu às ações de combate a incêndios desenvolvidas no âmbito da Operação Verde Brasil e à “conscientização da população”.
“Estamos muito satisfeitos”, disse Silva a jornalistas. Para o ministro, as autoridades públicas das três esferas devem aprender com a Operação Verde Brasil e evitar que uma situação semelhante à verificada este ano se repita. Executada por militares das Forças Armadas, a operação conta com a ação coordenada de agentes de órgãos de controle ambiental e de segurança pública federais, estaduais e municipais.
“Temos que colher os ensinamentos, particularmente os deste ano, em que nos debruçamos em relação ao problema ambiental. Tenho certeza de que os governos federal e estaduais, e também os municípios, com seus órgãos de fiscalização ambiental, farão uma análise ao fim das ações para que estes focos de incêndio diminuam no próximo ano”, comentou Silva, lembrando que a operação segue quase até o fim deste mês.
O emprego das Forças Armadas para a Garantia da Lei e da Ordem (GLO) em áreas de fronteira, terras indígenas, unidades federais de conservação ambiental e em outras áreas da Amazônia Legal foi autorizada pelo presidente Jair Bolsonaro em 23 de agosto, com a assinatura do Decreto nº 9.985. Inicialmente, as ações preventivas e repressivas contra delitos ambientais e combate aos focos de incêndio seriam realizadas até 24 de setembro. Quatro dias antes, contudo, o Palácio do Planalto editou o Decreto nº 10.022, prorrogando o prazo de vigência da GLO até 24 de outubro.
“Prorrogamos [os trabalhos] até o mês de outubro para consolidar os resultados. Ainda estamos na época de seca, mas as chuvas estão chegando e isto vai ajudar muito”, disse o ministro da Defesa.
De acordo com Silva, a maior dificuldade encontrada pelos militares é o tamanho da área de atuação. “Ela é maior que a Europa Ocidental. Há dificuldades logísticas, mas estamos indo muito bem. Até porque as Forças Armadas têm uma capilaridade muito grande na Amazônia Legal”, destacou.
Segundo o Ministério da Defesa, entre o início da ação, em 24 de agosto, e o último dia 26, os militares e integrantes de agências governamentais que participam da operação combateram mais de 1,5 mil focos de incêndio; detiveram 68 pessoas e apreenderam mais de 18 mil metros cubos de madeira.
Também foram aplicados mais de 215 termos de infração, o que resultou em um total de R$ 58 milhões em multas. Os militares também destruíram 17 acampamentos ilegais, apreenderam 70 veículos, 111 embarcações e embargaram mais de 10 mil hectares de terra. “Acho que foi uma resposta rápida [das forças do Estado], pois nunca houve uma operação destas no Brasil. É algo inédito”, avaliou o ministro.