ANSA Brasil | Cidade do Vaticano – Durante sua última visita à África, o papa Francisco destacou a importância da intercessão e fez um apelo para que os fiéis rezem por suas intenções, porque é “assediado” e alvo de “tentações”.
“É importante que as pessoas rezem pelo Papa e por suas intenções. O Papa é tentado, ele é muito assediado. Somente a oração do seu povo pode libertá-lo”, disse o Pontífice durante encontro privado com 24 jesuítas de Moçambique e Madagascar em 5 de setembro. O diálogo de Francisco foi revelado em reportagem especial do padre Antonio Spadaro, na revista jesuíta La Civiltà Cattolica, nesta quinta-feira (26), sob o título “A soberania do povo de Deus”. “Quando Pedro foi preso, a Igreja orou incessantemente por ele.
Se a Igreja ora pelo Papa, isso é uma graça. Eu realmente sinto continuamente a necessidade de pedir oração”, acrescentou o líder argentino. Francisco ressaltou que é preciso “ensinar às pessoas a oração de intercessão, que é uma oração de coragem”. “Pense na intercessão de Moisés por seu povo. Temos que ajudar as pessoas a exercer com mais frequência. E nós mesmos devemos fazer mais”, disse.
O encontro, que durou uma hora, foi promovido durante a viagem apostólica de Francisco à África no início do mês, na Nunciatura Apostólica. Na ocasião, Jorge Bergoglio também reconheceu a dificuldade de reconstruir uma sociedade dividida, e sugeriu repassar a responsabilidade às pessoas empenhadas em diversos setores que podem ajudar “na tarefa de unir e reconciliar”. “Trata-se da experiência do discernimento espiritual que guia a ação”.
Além disso, ele falou da necessidade, sobretudo diante dos jovens, de “ensinar a ter a paciência do discernimento para chegar ao essencial”.
Por fim, ao ser questionado sobre seitas protestantes que utilizam o Evangelho e promessas de riqueza e prosperidade para fazer proselitismo, Francisco insistiu que “proselitismo não é cristão”.
“O que procuro dizer é que a evangelização liberta! O proselitismo, ao contrário, faz perder a liberdade. O proselitismo é incapaz de criar um percurso religioso em liberdade. Na evangelização, o protagonista é Deus, no proselitismo é o eu”, acrescentou. O Santo Padre alertou que “a evangelização é essencialmente testemunho” e é preciso “evangelizar” porque “infelizmente, porém, não só nas seitas, mas também no interno da Igreja Católica há grupos fundamentalistas utilizando o proselitismo mais que a evangelização”.