Aline Reis quase foi a heroína do Brasil na decisão do Torneio Internacional de Futebol Feminino, disputado no último domingo (1) no Pacaembu, em São Paulo. Após o empate sem gols com o Chile no tempo normal, a goleira de só 1,62m de altura defendeu três cobranças na disputa por pênaltis. Mas, a pontaria das brasileiras não ajudou, e as chilenas ficaram com o título da competição amistosa ao vencer por 5 a 4.
“A gente tira aprendizado de toda derrota. O legal é que, independente de ganhar ou perder, a gente senta com a comissão técnica e assiste aos vídeos. Nossa mentalidade tem sido aprender e evoluir. Se continuarmos assim, com essa preparação até a Olimpíada, o Brasil chegará forte e competindo por medalha”, afirmou a camisa 12, que defende o Tenerife, da Espanha.
O primeiro contato com a técnica que comandará o Brasil na trajetória até os Jogos de Tóquio agradou à goleira. Para Aline, a experiência da sueca Pia Sundhage, bicampeã olímpica dirigindo os Estados Unidos, será positiva à Seleção.
“O Brasil tem coisas que nenhuma seleção do mundo tem. Jogadoras espetaculares, que podem mudar qualquer partida. Mas podemos aprender com outras seleções, com Suécia e Estados Unidos. E a Pia tem essa bagagem. Se a gente souber escutá-la e colocar em prática o que ela nos passa, vamos crescer muito”, disse.
Apesar da atuação de destaque contra as chilenas, Aline deixa a disputa pela vaga de titular brasileira em segundo plano. Ela foi reserva de Bárbara na Copa do Mundo, na França, e na vitória por 5 a 0 sobre a Argentina, na última quinta-feira (29).
“O goleiro envolve muitas facetas. Claro, poder servir à Seleção e finalizar um jogo dessa forma, pegando três pênaltis, é uma motivação, uma alegria. Mas, meu papel aqui é maior que esse. Em todas as vezes que sou convocada, tenho uma gratidão imensa, e tento chegar para contribuir, independente de estar ou não em campo. Meu papel é dar o melhor e ajudar as outras goleiras a serem melhores também”, encerrou.
A Seleção tem, por enquanto, dois amistosos marcados, contra Inglaterra e Polônia, além de um torneio amistoso na China — ainda sem data definidas. Prata nos Jogos de 2004 e 2008, o Brasil buscará, no Japão, um ouro inédito para o futebol feminino.