“O ideal é que todos saíssem com vida, mas nós tivemos que tomar uma decisão de salvar os reféns. O que nós assistimos foi um trabalho muito técnico da Polícia Militar. Todo tempo eu fiquei monitorando para fazer o meu trabalho como governador e a Polícia Militar, usando os atiradores de elite, escolheu a melhor oportunidade para salvar os reféns. A técnica é da Polícia Militar. Nós nos mobilizamos rapidamente e tentamos evitar o transtorno para a sociedade”, disse ele no local.
Witzel chegou de helicóptero à ponte Rio-Niterói às 9h45 e desceu da aeronave fazendo gestos de comemoração, vibrando os pulsos cerrados. Ele confirmou que o homem foi morto e identificado e que não é policial. A identidade dele não foi revelada e o corpo já foi removido para a perícia.
Pouco antes das 6h de hoje, um homem armado sequestrou um ônibus e fez 37 reféns, obrigando o motorista a parar o veículo na altura do vão central da ponte, no sentido Rio. Ele foi morto por atiradores de elite por volta de 9h. Segundo o governador, a Secretaria de Vitimização prestará assistência aos reféns e à família do sequestrador.
“Conversei com familiares dele, um me pediu desculpa. Ele pediu desculpa a toda a sociedade, aos reféns. Disse que alguma coisa falhou na criação, a mãe está muito abalada. Nós vamos também cuidar da família dele, vamos entender esse problema para que não ocorram outras vezes”.
Segundo Witzel, a Polícia Civil já está no local para iniciar o trabalho de perícia. Ele agradeceu às corporações envolvidas e disse que os atiradores que participaram da ação serão condecorados e promovidos por bravura e pelo “trabalho de excelência” realizado.
“Muitas vezes algumas pessoas não entendem o trabalho da polícia que às vezes tem que ser dessa forma. Se não tivesse abatido esse criminoso, muitas vidas não seriam poupadas. Isso está acontecendo nas comunidades, eles estão de fuzil aterrorizando as comunidades. Se a polícia puder fazer o trabalho dela de abater quem estiver de fuzil, tantas outras vítimas serão poupadas”.
O governador disse também que as primeiras informações indicam que o sequestrador sofria de algum transtorno mental. A PM informou que a arma usada por ele era um simulacro.
O ônibus sequestrado é da Empresa Galo Branco, linha 2520, que faz o trajeto Jardim Alcântara, em São Gonçalo, até o Estácio, no Centro do Rio. O sequestrador disse ter gasolina e ameaçou incendiar o coletivo.
O tráfego foi interrompido nos dois sentidos e liberado no sentido Niterói pouco depois das 10h. Antes de ser atingido, o sequestrador havia liberado seis reféns. As primeiras negociações com o sequestrado foram feitas pela Polícia Rodoviária Federal e depois conduzidas pelo Batalhão de Operações Especiais (Bope) da Polícia Militar.
O governador, o secretário de Estado de Polícia Militar, Rogério Figueredo, e o comandante do Bope, tenente-coronel Maurílio Nunes, concederão entrevista coletiva sobre o assunto ainda na manhã de hoje, no Palácio Guanabara.