Cotidiano

Quitação integral dos salários do funcionalismo estadual de junho só em agosto

O governador Eduardo Leite e o secretário da Fazenda, Marco Aurelio Cardoso, anunciaram, em coletiva de imprensa na terça-feira (23), as datas para a conclusão do pagamento dos servidores do Executivo relativo ao mês de junho, que ficou para agosto. Na mesma ocasião, também foi detalhado como será o início do pagamento dos vencimentos de julho, além de uma medida que prevê a suspensão da ampliação dos gastos dos recursos do Estado. O vice-governador e secretário da Segurança Pública, Ranolfo Vieira Júnior, e o secretário-chefe da Casa Civil, Otomar Vivian, também estiveram presentes na coletiva.

Nesta quarta-feira (24), os servidores receberam nova parcela de R$ 1,1 mil, seguida de outro depósito de R$ 1,2 mil no dia 31/7, quitando 88,4% dos contracheques em julho. As demais parcelas foram depositadas nos dias 15/7, 16/7 e 23/7, quitando salários de servidores que recebem até R$ 4,5 mil.

Dessa forma, ainda no mês de julho, 100% dos servidores terão recebido os vencimentos integrais ou, pelo menos, parciais (R$ 6,8 mil). Os servidores que recebem acima de R$ 6,8 mil terão o restante dos salários depositado no dia 12/8, mas igualmente já terão recebido todos os depósitos feitos até o dia 31/7.

O governador Leite explicou que a impossibilidade de integralização do pagamento dentro do mês se dá devido às já conhecidas dificuldades fiscais enfrentadas pelo RS e, também, pelo volume de passivos deixados pelo exercício anterior.

“Em janeiro, assumimos o governo com o compromisso de quitar duas folhas de pagamento em atraso, e com parte da receita de janeiro deste ano antecipada para dezembro de 2018 (R$ 700 milhões de receita antecipada e R$ 2,6 bilhões referente à folha de dezembro e ao 13º salário de 2018)”, detalhou.

Além disso, o crescimento econômico nacional foi menor do que o esperado, afirmou o governador. “Entramos 2019 com expectativa de que a economia crescesse 2,5%, mas encaramos um crescimento de 0,8%”, ponderou Leite.

Os pagamentos das duas parcelas, que quitam na íntegra os salários de quem ganha até R$ 6,8 mil líquidos, foram viabilizados pelo gerenciamento do fluxo de caixa e pelo ingresso de R$ 90 milhões decorrentes de créditos de ICMS da cesta básica (relativos a ganho de causa do Rio Grande do Sul em processo no Supremo Tribunal Federal), disse o governo. Tais valores não estavam confirmados no dia 15/7, quando seria anunciado o calendário completo de pagamento.

Dadas as dificuldades do período, segundo o governo, a adoção de um calendário misto (por grupos e parcelas) priorizou o pagamento dos menores salários e, ao mesmo tempo, evitou que os demais servidores ficassem sem nenhum depósito neste mês.

Leite tentou explicar que, apesar das dificuldades, o governo mantém a meta de colocar em dia o pagamento dos salários dos servidores públicos até o fim deste ano. “Todas as medidas que estamos tomando, como o esforço em busca da adesão ao Regime de Recuperação Fiscal, o processo de privatização das estatais e o ajuste de contas se dão em prol de atingirmos esse objetivo, e estamos confiantes de que conseguiremos, dentro do prazo estabelecido, de um ano”, resumiu o governador.